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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Eu poderia tentar explicar esse meu jeito, assim, de te querer tanto e falar que não quero mais, de mandar mil mensagens na madrugada, mesmo sem resposta. De sentir tanta saudade, e uma vontade gigante de ir correndo te ver, e ser mais sua do que nunca.
Queria que você aceitasse essa minha loucura toda, essa vontade urgente de fazer acontecer, de verdade e pra sempre. E ainda sim, estragar tudo.
De passar a noite acordada pensando em você, e esperando uma ligação que nunca chega...
De sentir o coração apertado, lembrando quantas vezes você ligou e eu perdi a ligação, assim, meio sem me importar. Hoje eu fico grudada no celular, esperando que isso aconteça...


Queria voltar no tempo e fazer diferente, aprender a te gostar com calma, aceitar seu jeito horrível de bajular toda menininha que te diz oi.
Odeio todas elas. Porque elas podem te dar oi e ter resposta. Odeio mais ainda você, por ter me feito gostar assim... E pra que?
E quantas vezes eu pensei em nós dois e um mundo só nosso? Coração e quadris no mesmo ritmo. Ser-pra-sempre-tua em algumas horas. Quantas vezes eu sonhei com aquela paz que vem com o depois. Respiração e coração acelerados, vontade que não acaba. Sacanagem e doçura.

‘Falo mentalmente’ mil palavrões quando penso no quanto já sou tua. Quando me pego comparando com você, os caras que vem tentar algo comigo.
Nenhum deles é tão seguro de si, nenhum tem esse ar meio arrogante que você tem quando acha que está com a razão. Nenhum deles me liga de madrugada, depois de beber, e diz que gosta de mim mais do que eu imagino. Nenhum deles me diz, com um milhão de palavras, tudo o que você me diz nas entrelinhas, e me toca como há muito muito muito tempo ninguém tocava.
V O N T A D E: De te ter pro resto da vida. De te esquecer pra-nunca-mais.

A palavra da semana é esquecer. Esquecer que dói, esquecer que faz falta, esquecer sua risada, assim meio sem jeito, quando eu tentava mudar de assunto, te tirar do sério, te pedindo pra parar de brigar comigo. Esquecer que você tentou tanto e eu só fugia, e dizia não pro coração.

Esquecer que um dia aconteceu, pra não lembrar que agora acabou.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vamos?!

Quando a realidade não funciona mais é hora de colocar todos os seus sonhos dentro da mala e ir de “planos e cuia” em busca de conforto pra alma. Quando seu espaço fica pequeno para tantos desejos e a rotina começa a te apertar, pode se preparar pra colocar o pé na estrada.

É difícil aceitar, mas muitas moradias que construímos ou mesmo residimos ao longo da vida serão temporárias. Nossos planos são nômades e tem vontade própria, mudam de idéia a todo instante. Uma hora felizes em um canto, minutos depois inquietos e prontos pra partir.

Quando isso acontece, mais do que força para abandonar a antiga casa, é preciso coragem para enfrentar uma viagem desconhecida rumo ao novo.

É verdade, levar nossos ideais para morar em outro lugar pode ser assustador.
Mas também pode ser delicioso. Se essa viagem de recomeço tiver como guia nossa própria vontade.

domingo, 9 de outubro de 2011

Por favor!!

"Se você vai tentar, vá até o fim
caso contrário, nem comece"

Juro que não entendo..

Por que você não disse que viria?
Logo agora que eu tinha
Me curado das feridas
Que você abriu quando se foi
Por que chegou sem avisar?
Eu queria tempo pra me preparar
Com a roupa limpa, a casa em ordem
E um sorriso falso pra enganar
Eu não entendo a sua volta
Eu não entendo a sua indecisão
Num dia sou o seu grande amor
No outro dia não, não, não
Por que a surpresa da sua volta?
Justo quando eu tento vida nova
Você vem pra perguntar
Se tudo que eu sentia acabou
Você até parece um vício
Que largar é quase impossível
Exige muito sacrifício
E quando eu me considerava limpo
Vem você pra me oferecer mais
Vem você pra me oferecer mais,mais, mais!
Eu não entendo a sua volta
Eu não entendo a sua indecisão
Num dia sou o seu grande amor
no outro dia não...
(Nenhum de nós)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

“A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar..Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.” (CFA)

Um dia a gente acorda, os livros nos acordam, um anjo nos acorda, e somos avisados: não adianta mais olhar para trás. É ir em frente ou nada. (Martha Medeiros)
 
Novo mês, nova estação, novas perspectivas, novas expectativas...Nova Vida..
E a vida vem me trazendo, entre alguns golpes e buracos que foram deixados pelo meio do caminho..A vida vem me trazendo, me ensinando..
Eu que hoje tenho motivos muito mais especiais pra sorrir, pra levantar, pra viver..Eu que posso ver as mudanças que foram acontecendo entre os barrancos que fui enfrentando sozinha...Não precisei chegar aos cinquenta pra adquirir maturidade, pra enfrentar a vida de frente ou pra assumir meus erros..
Hoje não preciso mais de nenhum fdp pra me fazer feliz, pra me dizer que sou importante, pra preencher espaços vazios..
Não perco mais tempo me preocupado com gente leviana demais...Gente com falta de vida de verdade..Tô feliz demais pra isso...
Salve Mario...
”A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz.” (Mário Quintana)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

E, fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber um café quente juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso.Ela vai dar pra você sem a necessidade de seguir os passos “encantar-seduzir-possuir-escapar-manipular-humilhar”. Ela vai dar pra você se demonstrar que pode ir um pouco além do compromisso consigo mesmo. E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz.E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou. E você vai dizer que nem foi.Eles parecem mesmo presos, mas presos por aquele tipo birrento e obstinado de nó, o nó invisível. Eles também brigam, batem portas e saem por aí. Mas voltam rindo da cara um do outro, se aninham e dizem coisas como ‘não consigo ficar braba contigo’.Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo.
Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás. Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.
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Qualquer idiota diz eu te amo
Não se trata de incapacidade de sentir a coisa, sou um ser humano plenamente funcional. Mas, sabe aquela do Stevie Wonder, “I Just Called To Say I Love You”? Pois é, não está na minha lista.

Bem, só que eu estava saindo tempo suficiente com esta garota, já não podia me considerar um simples turista em seu sofá-cama, naquelas noites de sexta-feira e sábado e domingo e segunda-feira. Uma tarde, assistindo “(500) Dias Com Ela”, ela resolveu chorar no meio do filme, não lembro em qual dos quinhentos dias e isso também não interessa. O que importa foi ver ela chorando e tentando esconder o rosto com a franja, e como ela segurava os dedões dos pés, os dois simultaneamente, sentada no sofá-cama feito índio ou como uma pequena menina de 14. Eu quis abraçá-la. Eu adorei aquilo. Eu… (longo suspiro) sei lá, cara.

Oito meses, um ano, mais três meses e eu não disse a coisa, embora tivesse vontade de dizer o tempo todo. Umas noventa vezes fiquei a ponto de formalizar o sentimento e aí parei, então ela acabava perguntando “O quê?” e eu “Nada” e ela “Anda, fala logo” e eu “Vai parecer besteira” e a cena terminava por aí mesmo. Em minha defesa, em defesa de todos os espécimes do meu tipo, há outras mil maneiras de fazer isto, não? Levar avós em torneios de biriba, submeter-se a testes de HIV antes de abolir a camisinha, descer até a farmácia e pedir ao senhorzinho de jaleco branco aquele com abas e substâncias antiodores para fluxos intensos, buscar avós em torneios de biriba. Você entendeu.

Aí ela ficou de me ligar e acabou sumindo. De começo achei que foi pela minha mania de fazer xixi assobiando alguma coisa dos Monkees. Mas com o tempo percebi, me dei conta, caí em mim, que a razão daquela ausência insustentável era a economia com meus “eu te amo” e como aquilo poderia ser interpretado. Falta de comprometimento. Não-amor. Que aquele um ano não tinha significado algum. Que ela não era amável. Era tudo um desperdício de vida. Não sei. Vai saber. Garotas são loucas, se fossem vendidas em frascos, viria rotulado: contém 1 drama. Acontece que eu não sei. Não sei se amo ou não.

Liguei para, você sabe, sondar como estavam as coisas. Deixei escapulir que queria vê-la. Precisava, na verdade. E ela “Por quê? Por que você me quer tanto de volta?” - Eu sabia, claro. Mas ela queria saber também, ouvir, anotar num papel de pão, deglutir, rabiscar a frase no espelho com batom magenta, gritar pra todo mundo ouvir, sair cantando Stevie Wonder. Garotas não desaparecem sem um truque na manga, anota isso aí. Então eu disse “não sei”, ela quis desligar, eu quis conversar, até que ela venceu com “não vamos discutir a relação sem efetivamente estarmos em uma”. Faz sentido.

É tão difícil assim?

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu não sei. Quer dizer, eu sei. Eu acho que sei. Bem, parece, tudo indica, acho que decidi que, puta merda, eu amo você.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque estou te ligando movido pela vontade de reaver você e aquilo que tínhamos até semana passada. Eu penso em você dia e noite e fico ridiculamente abalado se a gente acaba brigando. Eu acho que te amo, garota.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque amo você, eu acho. Não sei ao certo. Sei que jamais terei certeza se você continuar com essa bobagem estúpida de ficar longe de mim.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu te amo, sua morena invocadinha.

Fácil. Até demais. Qualquer idiota consegue, talvez seja menos complicado cuspir isso sem realmente sentir. Os mentirosos são os mais fortes, têm mais estômago pra esse tipo de composição gramatica e sentimental. Eu não, hesito, sinto medo e quando estou a ponto de bala de dizer a coisa, meu queixo treme e chego a passar mal. Mas amo, é o que importa. Amo demais. Sem discursos, sem frase de efeito, sem irresponsabilidades. Eu sei porque se não fosse tão forte eu não ficaria sem palavras.

Tá pra nascer ainda...

Quero ser criança, mulher, homem, ET, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for 
Sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjoos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.

Agora virou comédia mexicana ultrapassada...

Se fosse uma comédia-romântica-americana, a gente se encontraria daqui a um tempo e eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido homens que não se irritavam com as minhas ironias, não me seguravam com tanta força a ponto de me esmagar, não amavam os amigos acima de tudo, não tinham respostas pra tudo de forma tão irritante. Não eram tão orgulhosos como eu, não tinham humor tão negro. Não eram convencidos demais, Não gostam de flash backs com ex. Não tiravam sarro do meu time, não ligavam se eu confundisse nomes de capitais, movimentos artísticos, ruas e bairros, era ele que eu gostava, era ele que eu queria. E ele me diria que, mesmo depois de ter conhecido mulheres que comiam de forma correta nos horários, mulheres que não fossem tão ciumentas e possessivas, mulheres que arrumavam a cama e não demoravam tanto para sentir prazer, não tinham pernas tão finas, tampouco testudas, não cantavam tão mal, não tinham medo de tudo, não eram tão irônicas, não questionavam tudo o tempo inteiro, não falavam demais, era de mim que ele gostava, era eu que ele queria. Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus “cult” onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arrumando minha casa de dentro juntei estilhaços de um tempo em que, cansada de sóis vazios e dessas tempestades de agonia, pra esquecer um amor antigo, arremessei meu coração contra a parede. Eu descobri que algumas pessoas se juntam não por afeto, mas por tristeza encomendada. Que certas coisas que deveriam afastar, às vezes aproximam.

Quando arrumei minha casa de dentro tinham muitas declarações de amor de gente que já não me amava mais pelo caminho. E quando eu estava prestes a começar uma vida nova, tropeçava nesse passado e nos referenciais antigos e voltava para lá que era um lugar aparentemente mais seguro. E ergui tantas paredes rabiscadas pelo medo.

Descobri, quando abri as janelas, que uma chuva muito forte também tem som de aplausos. Que na pauta dos meus lábios só cabem palavras macias. Que há que se beber do outro também a fonte de idéias para que tudo não se resuma num encontro incandescente de peles porque devemos explorar todas as qualidades do desejo.
...
...
Eu descobri que tenho um jeito de gostar exagerando os fatos e que a ficção é o que mais participa da minha realidade. Mas que sempre fica um rastro na minha pele se alguém se demora nas carícias. E que não se pode ter a força de uma represa retendo seus próprios líquidos.

Quando arrumei minha casa de dentro eu descobri que essa é uma tarefa infinita. E há que se reordenar as coisas incansavelmente pra se ter espaço pruma nova cor. E que uma boa base impede um desmoronamento, mas que a implosão da estrutura inteira, às vezes, é a coisa mais sábia a se fazer em determinados momentos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Eu aprendi aos trancos que ser feliz não dói."

Essa frase  hoje faz todo sentido depois que eu aprendi algumas coisas na vida. Depois que aprendi a esperar. Depois que parei de dar exacerbado valor a coisas e pessoas que não merecem meu tempo perdido. Depois que parei de sofrer por antecedência. Depois que descobri o verdadeiro significado do amor próprio.

Hoje consigo sentir falta sem me doer, consigo admitir quando fiz uma burrada daquelas que eu nunca assumia. Consigo passar a noite inteira com ele sem esperar que fique depois, e depois...Consigo mostrar com muito mais clareza as coisas que estou sentindo.
Aprendi que a vida vale a pena SIM, independente do que te digam sobre ela. 
Hoje, estou sempre disposta, disponível pra ela, a vida. Passo, vivo, sonho..Hoje eu deixo acontecer sem aquele medo de alguma coisa, que eu nem sabia o que era..

Aprendi que posso amadurecer sem perder a leveza..Consigo desejar coisas boas pra quem só me deseja as ruins. Pra quem me julga sem conhecer, tirando as conclusões pra tentar convencer e se convencer de alguém que não sou eu. 

Hoje, ainda estou aprendendo a ser mais feliz...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bem assim!!

“E, fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber um café quente juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso.”

“Ela vai dar pra você sem a necessidade de seguir os passos “encantar-seduzir-possuir-escapar-manipular-humilhar”. Ela vai dar pra você se demonstrar que pode ir um pouco além do compromisso consigo mesmo. E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz.”


“E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou. E você vai dizer que nem foi.”


“Eles parecem mesmo presos, mas presos por aquele tipo birrento e obstinado de nó, o nó invisível. Eles também brigam, batem portas e saem por aí. Mas voltam rindo da cara um do outro, se aninham e dizem coisas como ‘não consigo ficar braba contigo’.”


Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo.”
É cedo pra dizer, ou tarde demais pra fugir. Talvez você seja um cachorro-cínico-egoísta apenas sendo gentil-romântico-atencioso só pra me enganar na sua cama. Mas se não for você, será outro qualquer. Melhor que seja você.(Melhor não!)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não perca o agora, o hoje e tudo que está ao seu redor. Principalmente as pessoas. Pois, se não notou, é por elas que você busca grandes coisas. De todos os beijos que você dá, nunca saberá qual deles será o de despedida." (Gabito Nunes)

Não era mágoa que ela sentia, não era raiva, ódio, ou qualquer coisa do tipo. Era pena..Pena porque ele voltava todos os dias vazio...





"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."
Alegrias, as desmedidas. Dores, as não sentidas.
Conselhos, os dispensáveis. Casos, os memoráveis.
Domicílios, os temporários. Adeuses, os necessários.
Ódios, os mútuos. Orgasmos, os múltiplos.
Meninas, as lolitas. Mulheres, as bonitas.
Projetos, os contingentes. Prazeres, os transparentes.
Amigos, os loucos. Inimigos, os poucos.
Cores, o rubro. Meses, outubro.
Elementos, os fogos. Divindades, o Logos.
Vidas, as nossas. Mortes, as deles."

(Bertolt Brecht - versão de Edson Marques)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como ser o cara legal da minha vida

Não pense que não notei seu empenho perspicaz para ser o cara legal da minha vida. Prova do meu reconhecimento é que vou dar um empurrãozinho no seu esforço com algumas dicas. E aproveite bem, não é todo dia que uma garota sabe mais ou menos o que quer da vida, e ainda se sujeita ao papel de astrolábio.

Sei que leu numa revista que a base de um relacionamento é a comunicação, e eu valorizo isso. Mas que droga é essa de me contar seu dia, isso de conversar no café da manhã e de vez em quando parar tudo pra lembrar que na infância você tinha intolerância à lactose e medo de caramujo? Não, não é bonitinho. Fique calado um pouco, calado demais, às vezes - pensar sobre o que você está pensando pode me manter bem ocupada, sabia? Aliás, se eu quiser uma filial do Repórter Esso gritando novidades sem parar nos meus ouvidos, telefono pra minha mãe.

Se você quiser ser o cara legal da minha vida, diminua o tempo com preliminares. Preciso de alguém me acenda e logo arme a barraca, e não de alguém que arme a barraca, acenda uma fogueira e acampe por ali um fim de semana inteiro. Não se preocupe tanto com meu prazer, assim você racionaliza a única coisa contrária à razão, que é o sexo. Seja mais cru e animal, não se preocupe em me fazer soltar a imaginação. De tanto fazer isso já imaginei 817 cores que ficariam melhor no teto acima da sua cama. Insista duzentas vezes em me ensinar como calibrar pneus. Ache desperdício gastar 50 mil numa festa de casamento que dure apenas um dia. No auge da minha raiva, me tasque beijos. 

Me deixe falando sozinha quando eu merecer. Demonstre cada dia ser mais apaixonado pelo seu trabalho chato do que por mim. Olhe pra alguma outra bunda do restaurante bem na hora que estou confessando planos para o futuro. Traga seus amigos pra uma sessão tripla de Quentin Tarantino enquanto preciso estudar pra minha prova de Política Social e Direitos Humanos. Ouça jazz e Frank Zappa. Use calça jeans e camiseta branca com mancha de maionese na frente das minhas amigas. Me leve ao parque de diversões e insista que o carro-choque é o melhor. Durma tranquilamente feito um fóssil depois de uma discussão séria. Me dê motivos, costumo reclamar da vida quando não tenho do que reclamar.

Se você quiser ser o cara legal da minha vida, receba torpedos de uma tal Bruna de outros verões. Ria alto e espalhafatoso no escuro do cinema com caretas bobas do Jim Carrey. Em parceria com meu pai, deboche do meu bicho geográfico no pé. Escreva um bilhete de aniversário de namoro e mande no dia errado. Às vezes me faça sair chorando da sua casa no meio da noite e me deixe com uma louca vontade de voltar pedindo pra nunca mais fazer isso comigo. Adicione vacas com cabelo comprido e liso no Facebook. Troque o canal para ASA de Arapiraca versus Atlético Goianiense no intervalo da minha novela. Afirme que o roteiro de "Ps, Eu Te Amo" é inviável na vida real. Esqueça a chave de casa em algum lugar que não sei onde é.

Pode parecer um pouco freudista, mas de vez em quando pareça meu pai me berrando pra calçar os chinelos, me faça parecer mãe quando você pegar uma amigdalite. Me force a pedir carinho e atenção. Esqueça de ligar duas noites seguidas, seja ríspido se eu te ligar. Faça mil besteiras, peça mil desculpas, faça mais sexos de reconciliação, diga me amar no meio. Odeie tofu, não se olhe no espelho de perfil, corte o cabelo no barbeiro da esquina, me deixe esperando. Erre tentando acertar, acerte tentando errar. Se você quiser ser o cara legal da minha vida, faça tudo isso, mas sempre jurando que foi sem querer. Mãos à obra, porque, pra ser o cara legal da minha vida, você ainda tem muito o que piorar.

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Adulterados..

Bom dia. Tenho que ir. Desculpe acordar você, estou atrás das minhas chaves, você viu minhas chaves? Preciso sair já, imediatamente, ou então estarei frito, quer dizer, já estou frito, só estou tentando não passar do ponto, você sabe delas? As minhas chaves. Olha, sei que depois fica mais fácil dizer que isso não devia ter acontecido, foi um acidente e toda aquela ladainha. Mas é o que foi. Você sabia disso, não sabia?

Que cara é essa? Você vai chegar lá, vai saber como as coisas funcionam aos trinta. Me ajuda? Com as chaves. Eu também achava isso, mas não se iluda. Ao chegar em casa logo mais, observe bem seus pais, fique em silêncio, de pé na cozinha. Sei que você não crê na minha má notícia, mas você um dia vai ficar igualzinho a eles, salvo se for abduzida por um comercial de televisão para algum desses produtos porcaria de família.

Ei, não estou procurando me absolver, mas é que, sei lá. É como se você não tivesse pra onde correr sem desapontar ninguém, sabe? Eu preciso escolher quem machucar nessa história toda. De um lado essa grande garota, os planos de casa, filhos, um nome bacana para o cachorro e aquela porcaria toda que a ordem social das coisas tenta nos empanturrar, as satisfações que preciso dar a todos que esperam ser felizes com esta minha suposta felicidade. O velho lugar-comum de sempre, os velhos sonhos de sempre.

Sempre me orgulhei de nunca matar um mosquito. Mas essa coisa de paixão esmaece, como a gente sempre ouve falar por aí. Você toma seus pais como exemplo, diz que nada daquilo será contigo. E um dia, antes de marcar a data do casamento, você nota que anda sofrendo de perdas temporárias de tesão um pelo outro. Aí a pergunta: o que vem depois? Você simplesmente entra em pânico, saca? Não, você não entende. Mas vai, um dia. Só tente não perder a fé na humanidade até chegar lá, ok? Encontrou? Minhas chaves? Droga.

Se a amo? Claro que amo, que tipo de pergunta é essa? Sabe, estamos juntos há sei lá quanto tempo. E talvez eu esteja cometendo um sincericídio, mas acho que ela nem se importaria tanto ao saber por onde andei essa noite. No duro, contanto que eu esteja lá plantado esperando por ela, no dia, hora e igreja certa, bem arrumado e disposto a cumprir com que ensaiei no dia anterior - ou seja, programado pra dizer "sim". Parece pouco, mas é sua impressão juvenil. Então, pra quê arriscar tudo isso?

Triste? Você pode até dizer isso, se quiser, só acho que os adultérios deveriam ser analisar a cada caso. Eu, por exemplo, nunca me envolvo emocionalmente com ninguém, coisa que alivia minha culpa sempre que preciso olhar diretamente no rosto dela. Chega um momento em que você precisa decidir qual azedume parece mais suportável: deixar pra lá todos os seus desejos ou então sentir-se corroído um pouco todos os dias. Você tem razão, alguma coisa dentro de mim morreu. Talvez eu tenha me perdido de mim mesmo. Mas não sei se posso, ou mesmo quero voltar. Tá feito.

Verdade, quem sabe da próxima vez seja mais produtivo um analista e não uma garota de vinte e poucos anos, fã de Evanescence, Creed e essas coisas, e ainda mais precisando de um namorado. E não se engane, eu sou um idiota, pra você, pra ela, pra todo mundo, inclusive pra mim mesmo. Mas olha aqui pra mim, vou te dizer onde mora o perigo, guarde isso com você, use com seu namorado, se acaso vocês chegarem lá.

Não é cansaço, não é o longo tempo, não é porque você precisa desesperadamente de um olhar desejoso outra vez, não é porque você não tem dinheiro pra comprar os cremes que a Camila Pitanga oferece na tevê, ou porque sua voz não é sexy, ou seu olhar não brilha, porque faltam assuntos na mesa do jantar, ou porque a vida deveria ser feita de chupadas chamuscantes que você nunca ouviu falar.

É uma questão de costume. É duro aceitar a ideia de passar o resto da sua vida ao lado da tal pessoa. É difícil imaginar um troço desses. Então a gente pula em outras camas como fossem pequenos precipícios, buscando uma última salvação ou resposta de que aquilo é tudo que você deve esperar do amor. Quer dizer, existe essa coisa de amor, só que não é exatamente o que a gente pensou que fosse.

Tipo Assim..

Apego..
Ainda não contei de você a ninguém. Acho meio arriscado ou, quem sabe, mera superstição. Eu sei que as pessoas vão me pedir cuidado. Assim me guiei por uma vida toda e foi exatamente isso que hoje me faz uma pessoa contando uma história de amor sem nunca ter protagonizado uma. De um jeito ou de outro, sempre soube que pegar leve era uma forma de me manter todas as minhas metades comigo mesma, até então sem saber pra quê servia isso.

Só pude ver o tamanho do erro no seu sofá-cama, no meio de um beijo estranho. Você engolindo minhas lágrimas bobas, lambendo minhas bochechas nos créditos de "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", que, aliás, a única coisa que entendi do filme é que o amor é uma coisa bem complicada. Você tentou me explicar por partes, e eu me senti menos burra e ridícula, embora com os olhos ainda aguados.

Eles, o mocinho e a mocinha, só queriam se esquecer usando aqueles fios e máquinas. Nunca mais lembrar um do outro. No fim, a gente aprende que tudo pode ser vivido só uma vez. Uma coisa ruim me faz te abraçar forte. Aí eu entendo quando as pessoas dizem que amando a gente abraça o mundo, porque, pelo menos aqui e agora, meu mundo inteiro é você.

Meus pés são a parte de mim que mais tenho vergonha e foi justamente por ali que você começou a fazer amor comigo. Como se iniciar pelo meu pior fosse um jeito de dizer que me aceitava, que me queria de qualquer jeito, azar se desde guria sempre fui a última a ser escolhida, do amor a times de vôlei. Você disse que eu tinha uns pés lindos, mas lindo mesmo fica você quando mente pra mim.

É cedo pra dizer, ou tarde demais pra fugir. Talvez você seja um cachorro-cínico-egoísta apenas sendo gentil-romântico-atencioso só pra me enganar na sua cama. Mas se não for você, será outro qualquer. Melhor que seja você. É nisso que eu penso enquanto você arreda as teia de aranha que fizeram casa no centro das minhas coxas e na minha emoção. Pelo menos assim esqueço que você pode estar julgando as estrias na minha bunda agora mesmo.

Aí goza e sai de mim. Fica brincando com meu mamilo esquerdo, olhando admirado. Se você ficar mais um minuto deitado nu do meu lado, embaixo do edredom, já poderei considerá-lo meu novo recorde. Outros já estariam vestidos me chamando um táxi. Você não, quer mudar tudo. Fala coisas que aos poucos transformam minhas expectativas em certezas. Eu achava que sabia a tradução da palavra saudade. Aí vai você e muda tudo. Vai fazer xixi e volta com coca gelada e mais um pouco de bis branco. Gosto mais do tradicional, mas fui nota dez nas aulas que ensinam a impossibilidade de se ter tudo.

Num instante você me olha apaixonado e depois se vira pra janela ficando um pouco fora do ar. Nessa hora me belisco pra não saber do porquê, sem esquecer do dia você me falou que nem toda pergunta requer uma resposta. Mas então não fica assim, não precisa dizer nada, só não me deixe faltar aqueles abraços silenciosos pra calar a boca de quem me mandou ter calma contigo. Agora que eu me perdi, só preciso de você me dizendo que amanhã ainda vou te achar no mesmo lugar, se eu procurar. Eu te quero, na medida do impossível.

Pega no meu queixo e diz que não sou só eu que sinto medo aqui. Faça alguma coisa ruim, qualquer coisa que me impeça imediatamente de sentir esse amor absurdo por você. Estou nas suas mãos e isso não é uma metáfora. Porque eu já não sei mais nada. Parece que sou mesmo seu foco de vida, mas também pode ser que você ande apenas distraído do resto do mundo. Ou, vai que você tá mesmo certo, as coisas são assim mesmo, o amor invade pela boca enquanto a gente se olha e fica rindo.

(Viciada em Gabito Nunes)

Quase bom partido...

Não na minha frente, mas eu sei que as pessoas se perguntam. Como ele consegue? O cara é uma calamidade pública, usa blusões cujas cores estão fora de catálogo, calças de brim que parecem ter sobrado do Woodstock, acorda ranzinza, vangloria-se daquela barba idiota, não tem um lugar certo pra estar das 9 horas as 18, acha tudo um saco e vive alheio à sociedade de consumo, não se sabe se por filosofia ou porque está sempre duro. Qual futuro ele reserva pra coitada?

Certo, se você me alinhar atrás de uma parede de espelhos ao lado de um George Clooney e algum ex-Polegar e qualquer outro homem que vocês conheçam de longe, talvez eu seja o último a dar um passo a frente no reconhecimento de um bom partido. Eu sei disso e não dou a mínima. Os tempos mudaram, e eu sou o tipo de cara que soube se aproveitar disso, ainda que esteja me equilibrando no trapézio entre dividir a conta e pedir grana emprestado, coisa que até agora não precisei fazer.

Minha garota sabe se virar sozinha, tem emprego fixo, curso superior, tem depilações e penteados em dia, amigos bacanas, sonhos, perspectivas, futuros, tudo com uma pequena ajuda dos pais que ficaram lá longe, no interior - e eu aí, nessa roupa decaída de Arturo Bandini. Mas nenhuma revolução industrial ou poder econômico ocupa o vazio deixado pelo afeto paternal, todo dia. Ela queria um namorado, um abraço residencial logo ali, alguém de raça familiar, em quem possa confiar. Chutou uma lata, por azar ou sorte, me achou. Considerando atenuantes como a promiscuidade contemporânea da metrópole, quantas pessoas no mundo podem dizer que tem alguém?

Ela sonha com um carinha melhor no pedaço, com ações na Bovespa, talvez. Claro que sonha, é moderna mas não deixou de ser mulher, poxa vida. Nem ligo, tenho meus podres, quando a vizinha do 310 brigou com o namorado, torci uma tarde inteira pra ela deixar cair uma calcinha microscópica na minha varanda e juntos fugirmos para um conto do Nelson Rodrigues. Ela sabe que não sou de todo mau, não fumo (não mais), não tenho obsessão por alguma ex-namorada (não mais), não durmo de pijama (não mais), não moro com minha mãe (não mais). Embora eu não saiba exatamente quais são, tenho minhas vantagens.

Esse é o espírito. Ela se aproximou de mim procurando um amor e aqui estou: seu amor. Do jeito que sei ser, meio torto, às vezes sem muitas manifestações de romance e completude, cheio de silêncios, angústias e mau-humores. Fazendo meu papel, e não sendo apenas mais um percorrendo aquele velho ciclo conhecer-tentar-decepcionar-conhecer-tentar-decepcionar. Quando você acorda num domingo e a primeira pessoa com a qual você tem a chance de conversar não está bêbada num pub, às dez da noite, a monogamia não parece de todo um crime.

Como ele consegue? Assim eu consigo. Não sei aplicar na bolsa, não fico ambicionando coisas com a Revista Caras contra o peito, talvez nem tenha um tênis considerado bacana pela moçada. Mas ela sabe, eu também, que sei amá-la, cuidá-la, fazê-la rir, viajar leve. E não tenho certeza que sei fazer outra coisa. Posso não ser um bom partido, da turma dos bacanas, o grande amor da vida de alguém. Mas, cá pra nós, do jeito que as coisas andam, já sou bom o suficiente, apenas por tentar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Se não brilha mais, não insista. Lâmpada queimada não se arruma, se troca por outra.
-Eu não gosto nunca de nada e gostei tanto de você.
-É?
-Droga.
-O quê?
-Eu falando de gostar.
-E daí?
-E daí que vai acontecer tudo de novo.
-O quê?
-Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora.
-Agora eu vou embora.
-E depois?
-Depois não sei.
-Tá.
-Eu ficaria sério, eu ficaria muito, muito, muito.
-Eu sei.
-Mas agora eu vou.

-Eu queria foder o dia inteiro com você.
-Eu queria foder a vida inteira com você.
-Você é exagerada.
-É só como dá pra ser.
-Chupa meu pau?
-Pra sempre. 


e agosto de 2011

De inveja eu não morro, mas mato um bocado.

Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora.
Quero os melhores romances, ou prefiro ficar sozinha. Quero as melhores lembranças, ou prefiro não lembrar. Ou vivo intensamente, ou vou levando essa rotina que não incomoda, não interfere, não fere, mas também não é vida. Vou dispensando tudo o que não julgo suficiente pra me roubar a solidão. Vou excluindo do meu convívio todos que não parecem prontos pra marcar meus dias.

Eu estava rezando para ter mais paciência e compreensão, mas desisti… fiquei com medo de ser atendida.

Desnecessário é sofrer por alguém que você sabia que nunca iria dar certo. (Nunca, nunca...)

Volteiiii....

Chega de desculpar tanto, te tampar o sol com a peneira.
Quando um cara REALMENTE está afim de você, ele vai até no inferno por você.
Não tem família, futebol, amigos, crise existencial, nem celular sem bateria que façam com que ele caso tenha educação e a mínima consideração - não tenha tempo de dizer um simples “oi”.
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Sem paciência nenhuma..
Feliz por isso...
Mentiras e cinismo me cansam demais..Deixa pra quem gosta...
Penso em ficar só, mas minha natureza pede diálogo e afeto.

 


(haha...Eu me curo!!)


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Esnobar é exigir café fervendo e deixar esfriar.

Muitas pessoas pousam, muitos amores possíveis não vingam, muitas paixões não dão certo. Choro, me culpo, me arrependo, permito, desisto, persigo, corro, dou as costas, piso, sinto saudade, me precipito, telefono, me atraso. Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir.
Eu disse que tinha um motivo e não uma explicação. Me deixa. Você jamais estará disposto a ser assustadoramente feliz sem estar disposto a sofrer assustadoramente.
 
 
 

Feliz demais!!

É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

[…] Não conheço strip-tease mais sedutor.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Leve e Feliz!!

O dia mais belo? Hoje. / A coisa mais fácil? Equivocar-se. / O obstáculo maior? O medo. / O erro maior? Abandonar-se. / A raiz de todos os males? O egoísmo. / A distração mais bela? O trabalho. / A pior derrota? O desalento. / Os melhores professores? As crianças. / A primeira necessidade? Comunicar-se. / O que mais faz feliz? Ser útil aos demais. / O mistério maior? A morte. / O pior defeito? O... mau humor. / A coisa mais perigosa? A mentira. / O sentimento pior? O rancor. / O presente mais belo? O perdão. / O mais imprescindível? O lar. / A estrada mais rápida? O caminho correto. / A sensação mais grata? A paz interior. / O resguardo mais eficaz? O sorriso. / O melhor remédio? O otimismo. / A maior satisfação? O dever cumprido. / A força mais potente do mundo? A fé. / As pessoas mais necessárias? Os pais. / A coisa mais bela de todas? O amor."
Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome..

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


"NÃO QUERO STEP
Não quero outro olhar
outra boca
outro beijo
não quero outra mão
outra carícia
minha saudade é específica."

Éh néh..

"Naquela mesa tá faltando ele, e a saudade dele tá doendo em mim."

"Eu ia te escrever qualquer dia, eu tinha — e tenho — um monte de coisas pra te dizer, aquelas coisas que a gente cala quando está perto porque acha que as vibrações do corpo bastam, ou por medo, não sei. Mas as coisas todas, externointerno, eram muito difíceis e escuras, eu não tinha condições de mostrar ou dar nada a ninguém que não fosse também escuro, compreende? Eu não queria, eu não quero dar trevas, dor, medo, solidão — eu quero dar e ser luz, calor, amparo (naquela cerimônia do chá em Sta. Teresa eu disse que queria ser ombro, você disse que queria ser um ovo — será que um ovo pode se apoiar num ombro sem quebrar?)."

(Caio Fernando Abreu, Porto Alegre, 21 de março de 1972 - Carta "A Vera Antoun")
"Talvez nós ainda não saibamos, mas eu vou amar você. Talvez eu não perceba, mais eu vou adorar a sua companhia. Talvez você não tenha sentido, mas eu vou gostar de sentir você. Talvez eu nunca fale, talvez eu fale, ou então, talvez eu ache que é só amizade. Mas, entre as indas e vindas, saiba que talvez eu seja tua."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"Eu quero parar com tudo isso, ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto que ainda tem tanto para desejar por aí."
"Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dia do solteiro






''Tempo, pensamento, libido e energia são solteiros e morrerão assim, mesmo contra nossa vontade.


O que é, o que é? Faz você ter olhos para uma única pessoa, faz você não precisar mais ficar sozinho, faz você querer trocar de sobrenome, faz você querer morar sob o mesmo teto. Errou. Não é amor.

Todo mundo se pergunta o que é o amor. Há quem diga que ele nem existe, que é na verdade uma necessidade supérflua criada por um estupendo planejamento de marketing: desde criança somos condicionados a eleger um príncipe ou uma princesa e com eles viver até que a morte nos separe. Assim, a sociedade se organiza, a economia prospera e o mundo não foge do controle.

O parágrafo anterior responde o primeiro. Não é amor querer fundir uma vida com outra. Isso se chama associação: duas pessoas com metas comuns escolhem viver juntas para executar um projeto único, que quase sempre é o de construir família. Absolutamente legítimo, e o amor pode estar incluído no pacote. Mas não é isso que define o amor.

Seguramente, o amor existe. Mas, por não termos vontade ou capacidade para questionar certas convenções estabelecidas, acreditamos que dar amor a alguém é entregar a essa pessoa nossa vida. Não só nosso eu tangível, mas entregar também nosso tempo, nosso pensamento, nossas fantasias, nossa libido, nossa energia: tudo aquilo que não se pode pegar com as mãos, mas se pode tentar capturar através da possessão.

O amor em estado bruto, o amor 100% puro, o amor desvinculado das regras sociais é o amor mais absoluto e o que maior felicidade deveria proporcionar. Não proporciona porque exigimos que ele venha com certificado de garantia, atestado de bons antecedentes e comprovante de renda e de residência. Queremos um amor ficha-limpa para que possamos contratá-lo para um cargo vitalício. Não nos agrada a idéia de um amor solteiro. Tratamos rapidamente de comprometê-lo, não com o nosso amor, mas com nossas projeções.

O amor, na essência, necessita de apenas três aditivos: correspondência, desejo físico e felicidade. Se alguém retribui seu sentimento, se o sexo é vigoroso e se ambos se sentem felizes na companhia um do outro, nada mais deveria importar. Por nada, entenda-se: não deveria importar se outro sente atração por outras pessoas, se outro gosta de fazer algumas coisas sozinho, se o outro tem preferências diferentes das suas, se o outro é mais moço ou mais velho, bonito ou feio, se vive em outro país ou no mesmo apartamento e quantas vezes telefona por dia. Tempo, pensamento, fantasia, libido e energia são solteiros e morrerão solteiros, mesmo contra nossa vontade. Não podemos lutar contra a independência das coisas. Aliança de ouro e demais rituais de matrimônio não nos casam. O amor é e sempre será autônomo.

Fácil de escrever, bonito de imaginar, porém dificilmente realizável. Não é assim que estruturamos a sociedade. Amor se captura, se domestica e se guarda em casa. Às vezes forçamos sua estada e quase sempre entregamos a ele os direitos autorais de nossa existência. Quando o perdemos, sofremos. Melhor nem pensar na possibilidade de que poderíamos sofrer menos.''

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Pepsi, se ela continua sorrindo, se ele continua dançando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

''Quanto tempo a gente perde na vida? 
Se somarmos todos os minutos jogados fora, perdemos anos inteiros. 

Depois de nascer, a gente demora pra falar, demora pra caminhar, aí mais tarde demora pra entender certas coisas, demora pra dar o braço a torcer. Viramos adolescentes teimosos e dramáticos. Levamos um século para aceitar o fim de uma relação, e outro século para abrir a guarda para um novo amor, e já adultos demoramos para dizer a alguém o que sentimos, demoramos para perdoar um amigo, demoramos para tomar uma decisão.
 Até que um dia a gente faz aniversário. 37 anos. Ou 41. Talvez 48. 
Uma idade qualquer que esteja no meio do trajeto. E a gente descobre que o tempo não pode continuar sendo desperdiçado. 
Fazendo uma analogia com o futebol, é como se a gente estivesse com o jogo empatado no segundo tempo e ainda se desse ao luxo de atrasar a bola pro goleiro ou fazer tabelas desnecessárias. Que esbanjamento. Não falta muito pro jogo acabar. É preciso encontrar logo o caminho do gol.

Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer, depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto. Excetuando-se no sexo, onde a rapidez não é louvada, pra todo o resto é melhor atalhar. E isso a gente só alcança com alguma vivência e maturidade.

Pessoas experientes já não cozinham em fogo brando, não esperam sentados, não ficam dando voltas e voltas, não necessitam percorrer todos os estágios. Queimam etapas. Não desperdiçam mais nada.

Uma pessoa é sempre bruta com você? Não é obrigatório conviver com ela.

O cara está enrolando muito? Beije-o primeiro.

A resposta do emprego ainda não veio? Procure outro enquanto espera.

Paciência só para o que importa de verdade. Paciência para ver a tarde cair. Paciência para sorver um cálice de vinho. Paciência para a música e para os livros. Paciência para escutar um amigo. Paciência para aquilo que vale nossa dedicação.
Pra enrolação...atalho.''
"Nem bonito, nem rico, nem sarado.
Eu gosto mesmo é de gente estranha."

(Fato)

"Ninguém consegue amar simplesmente
porque o outro seria o melhor para gente.
Amor não se convence."
"Se não for pra ser bom, gostoso, romântico, carinhoso, divertido, presente, construtivo. Enfim, se não for pra ser amor, nem me dê bom dia.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Para atravessar agosto é preciso, antes de tudo, paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah! Escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções-úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade…Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques – tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.


caio fernando abreu (6/8/1995 – para o jornal o estado de são paulo)

sexta-feira, 29 de julho de 2011

"Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá, um dia de merda."

segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Não era qualquer coisa que iria endireitar meu espírito. Nem qualquer sacanagem que me encantaria. Ou qualquer meio beijo que me faria ficar. Eu precisava de outras coisas pra topar fechar os olhos e pular no abismo de alguém. Precisava de céu que significasse mais do que um azul infinito, precisava entender porque eu queria tanto ver o mar. E precisava de alguém que não quisesse fazer meu coração em picadinhos pra caber no próprio peito, e aceitasse ele inteiro, gigante."
"Cuidado com as ilusões mocinha."

Oh querido, você me faz sentir tão bem
Deixe-me pegar você pela mão
Nos deixe visitar lá fora
Nessa nova terra prometida.

Amy Winehouse - Moody's Mood For Love

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Caio Fernando Abreu: "sei lá menina, tá tudo tão legal, e um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo, mas coração tranquilo".
"Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças."


"Não adianta negar, o tempo enfraquece os sentimentos. Na verdade, o tempo, a distância e a falta de vontade. Amizades são enfraquecidas, amores são deixados de lado, dores são amenizadas, memórias são desbotadas e, mais tarde, essas amizades, amores, dores e memórias vão ser substituídas. É o ciclo da vida. Criar para ser destruído, destruir para ser recriado e ter sentimentos para ser marcado, mas nunca da mesma forma."

terça-feira, 5 de julho de 2011

(...)
A manhã seguinte ainda vai desanuviar, a cada palavra não dita, a cada pensamento reprisado, cada dia mais frio, nos fazendo presas fáceis do sofrimento, da decepção. Não adianta, vou desapontá-la. Um dia, vou deixar você cair. E você também vai. É assim.

(...)
Você chora baixinho sem porquê. Cito Nietzsche pra explicar porque faz isso. Você não tem pouco, só deseja demais. E te beijo, e te cheiro, e irrito tua pele com a barba curta, seus pelos respondem, e como dois corpos não ocupam o mesmo lugar, você precisa sair de si pra que eu possa entrar.

(...)
Meu filme tem que ter pré-estreia, ação, drama, comédia romântica, todos contra nós, trilha sonora, cachoeira e dor no peito. Mereço um final com beijo e crédito. Eu quero um amor digno de telão de cinema e não um caso sem roteiro, desses que não podem ser vendidos separadamente de revista masculina em banca de jornal.

(...)
Não dou mais bola ao que convém. Falar e fazer tudo do meu jeito é minha definição de felicidade. Nem o sucesso ou o dinheiro, se vierem, me servirão de estrago. Já faço uma certa questão de ser insuportável vez ou outra, tal uma estrada curta para reconhecer quem me gosta.

(Trechos - Caras como eu)
36 prestações de saudade

Dizem que tudo na vida tem dois lados. Um bom e outro ruim. Depende nos olhos de quem está a pimenta. Mas se tem algo realmente ambiguo para uma única alma é um troço chamado saudade. Com ou sem pimenta nos olhos. O dito popular é quem melhor traduz a dualidade de uma saudade quando diz que esta é a maior prova de que o amor valeu a pena. Então sentir a falta é bom. E ruim. Em todos os pontos de vista. Vai entender...

Saudade é amar um passado que nos machuca no presente. É uma felicidade retardada. É deitar na rede e ficar lembrando das ardentes reconciliações depois de brigas homéricas por motivos desimportantes. Sente-se falta de detalhes, como uma toalha no chão, dias chuvosos, da cor dos olhos. A saudade só não mata porque tem o prazer da tortura.

Saudade é o amor que não foi embora ainda, embora o amado já o tenha feito. Ter saudade é imaginar onde deve estar agora, se ainda gosta de vinho bordeaux, se chorou com a derrota do Grêmio no campeonato nacional, se tem tratado aquela amigdalite. E quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda pelos olhos.

Sentir saudade é ter a ausência sempre do seu lado. É mudar radicalmente a rotina, comer mais salada e menos sorvete, frequentar lugares esquisitos, ter dias mais compridos, ter tempo para os amigos, para o vizinho e para a iguana do vizinho. A saudade é a inconfortável expectativa de um reencontro.

Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.

Por que a saudade é o muro de Berlim desmoronado no chão, capaz de agregar opostos, como a tristeza e a felicidade em uma coisa híbrida. Se você tem saudade é sinal que teve na vida momentos de alegria com ela ou ele! No fim das contas, a saudade que agora lhe maltrata nada mais é que uma dívida sendo paga em longas 36 prestações pelo amor usufruído. Agora aguenta...

(Caras Como Eu)
"(...) E se o que tanto buscas só existe em tua límpida loucura - que importa?
Isso, exatamente isso, é o teu diamante mais puro!"
Você tem razão, alguma coisa dentro de mim morreu. Talvez eu tenha me perdido de mim mesmo. Mas não sei se posso, ou mesmo quero voltar. - Tá feito 
[Gabito Nunes]

"Assim como a água reflete o rosto da gente, o coração mostra o que a pessoa é."

(Provérbios 27:19)

"Outra coisa que descobri: rir durante o dia faz com que você durma melhor a noite."

(Chapeleiro Maluco)
"Essa menina não quer mais saber de malmequer."

(Los Hermanos)
''Amor é uma injustiça, minha filha.
Uma monstruosidade.
Você mentirá várias vezes que nunca amará ele de novo e sempre amará, absolutamente porque não tem nenhum controle sobre o amor.''

Frio...

''Será que o amor não é tão somente vontade de amar? 

Estou chegando. 

Nunca chegarei, amor é estar a caminho.''

sábado, 2 de julho de 2011

'ama-me, é tempo ainda'

'Já dobrei aquela esquina. Onde você me perdeu ..'

 É que hoje deu aquela saudade que ainda não tinha chegado...Depois de arrumar as coisas antigas, ler aquelas cartas que já não fazem mais sentido nenhum, ouvir de novo as músicas que eram chamadas de "nossas", lembrar das coisas descobertas juntos, das conquistas conquistadas juntos, dos planos feitos juntos..É..Hoje senti aquela saudade..

Nunca desisti antes da certeza...Então larga essa fraqueza... 



"O tempo não se encarrega de matar desejos, apenas de substituir os personagens."(Tati)

 

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"Quanto a nós, meio gauches, meio bandidos, dinossauros sobreviventes daquele tempo em que tudo parecia que ia mudar – não resta muito mais a fazer senão resistir. Movidos, no mínimo, pela curiosidade de onde vai dar tudo isso. E sempre se pode cantarolar baixinho aquele velho blues (Milagres) de Cazuza, que diz assim: “Mas que tempo mais vagabundo é esse que escolheram pra gente viver?”

(Caio Fernando Abreu)

Triste é não chorar
Sim eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!
Triste é não chorar
Sim eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!
Eu não suporto ver você sofrer
Não gosto de fazer ninguém querer riscar o seu passado
E o que passou, passou
E o que marcou, ficou
Se diferente eu fosse será que eu teria sido amado?
Por você, por você..
 
(Nando Reis)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça d...e cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra. Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Do que ficou...

Aquele ali passou pelos meus 18 anos, me tirou o medo, me fez sentir bonita. Aquele outro soube me abraçar quando eu mais precisei, me fez sentir mulher, linda e desejada. Esse, que aqui está, ancorado na sala principal das lembranças, me mostrou um terreno que eu não conhecia. Um terreno macio, cheirando a flor, com riacho correndo ao fundo. Me deu a mão, enxugou minhas lágrimas, me fez rir, me fez sonhar com casa, jardim e criança.

Mas um dia, sua falta se fez tão presente, que só coube a ele se mudar do vagão para-sempre para o vagão é passado e ponto. Os cômodos ficaram apertados, tamanha era a tristeza. Os olhos nem querendo enxergar mais o que era bonito.


Depois, o calendário mudou de página, agradeci. Aprendi que, cada pessoa que dança valsa no baile da minha vida, é um mestre que escreve, a giz, na folha da minha eternidade.


Eu não culpo as pessoas que preferiram mudar de vagão. Eu as liberto de qualquer acusação. A vida é feita de escolhas e de laços, não de amarras nem de nós.


Hoje eu me amo, porque elas me amaram um dia. Elas passaram. Eu continuo aqui, me amando mais que o permitido, tendo um caso de amor comigo mesma, dando chances para um monte de gente aprender, através de mim, o caminho que eu sei de cor: aquele, do amor próprio, costurado com a linha do tempo, com cores que não desbotam.