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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Voce é...

Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.  [Martha Medeiros]





sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Mario entende..

Felicidade Real

.A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão... Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem
almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras,
demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos
fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso
coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

(Mário Quintana)

Aprendendo...

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.


Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.


Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não para para que você o conserte.


Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.


[William Shakespeare]
























Vou aprendendo...


Quantas vezes falei que estava livre disso que senti..Queria tanto que nem sei...
Queria poder falar sem medo,
Olhar sem vergonha que você descubra,
Coragem pra tentar..Mas não tenho..


Parecia tão óbvil, talvez não fosse importante..
Então pra que sentir isso, 
É incontrolável,
Talvez dure hoje, amanhã..talvez até semana que vem,
Até eu perceber que era importante apenas pra mim..


Queria tanto ter tentado...
Mas, agora foi..


Disse que tentaria...mas não..
Essa imaginação que faz planos, que sonha com o que não pode acontecer,
com o que não volta mais, com aquilo que podia ter sido..


Preciso de alguns dias..tirar isso da cabeça, das lembranças...


Mesmo não querendo..Um dia eu aprendo...Ainda não foi dessa vez..


 Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa...



sábado, 14 de novembro de 2009

100 coisas para se fazer antes de morrer..

Em negrito as coisas que já fiz !…segue a lista.

1. Criou seu próprio blog.

2. Dormiu sob as estrelas.

3. Tocou numa banda.

5. Viu uma chuva de meteoros.

6. Doou mais do que podia pra caridade.

7. Foi para a Disney.

8. Escalou uma montanha.

9. Segurou um louva-deus.

10. Cantou solo.

11. Pulou de bungee jump.

12. Visitou Paris.

13. Viu uma tempestade de raios no mar.

14. Aprendeu uma forma de arte sozinho.

15. Adotou uma criança.

16. Teve infecção alimentar.

17. Visitou a Estátua da Liberdade ou o Cristo Redentor.

18. Cultivou seus próprios vegetais.

19. Viu a Monalisa na França.

20. Dormiu num trem-leito.

21. Participou de uma luta de travesseiros.

22. Viajou pedindo carona.
 

23. Faltou por estar doente quando não estava.

24. Construiu um forte de neve.

25. Segurou um carneiro.

26. Mergulhou pelado.

27. Correu uma maratona.

28. Se escondeu em uma gôndola em Veneza.

29. Viu um eclipse total.

30. Viu o nascer e o pôr-do-sol.

31. Fez um home-run.

32. Esteve em um cruzeiro.

33. Viu as Niagara Falls ao vivo.

34. Visitou o lugar onde seus ancestrais nasceram.

35. Viu uma comunidade Amish.

36. Aprendeu uma língua nova sozinho.

 37. Teve dinheiro o bastante pra ficar realmente satisfeito.

38. Viu a Torre Inclinada de Pisa.

39. Escalou nas rochas.

40. Viu “David” de Michelangelo.

41. Cantou karaokê.

42. Viu um géiser em erupção.

43. Pagou uma refeição para um estranho.

44. Visitou a África.

45. Andou na praia à luz da lua.

46. Foi transportado por uma ambulância.

47. Teve um retrato seu pintado.

48. Pescou no alto-mar.

49. Viu a Capela Sistina.

50. Esteve no topo da Torre Eiffel em Paris.

51. Mergulhou ou fez snorkel.

52. Beijou na chuva.

 53. Brincou na lama.

54. Foi à um cinema drive-in.

55. Foi ao cinema.

56. Visitou a Muralha da China.

57. Abriu seu próprio negócio.

58. Teve aula de artes marciais.

59. Visitou a Rússia.

60. Trabalhou em uma cozinha do sopão.

61. Vendeu biscoitos de escoteiras.

62. Admirou as baleias.

63. Ganhou flores sem motivo.

64. Doou sangue.

65. Pulou de pára-quedas.

66. Visitou um campo de concentração nazista.

67. Teve um cheque devolvido.

69. Salvou um brinquedo de infância.

70. Visitou o Lincoln Memorial.

71. Comeu caviar.

72. Fez um quilt.

73. Foi até Times Square.

74. Conheceu os Everglades.

75. Foi demitido.

76. Assistiu à mudança de guardas em Londres.

77. Quebrou um osso.

78. Andou em uma motocicleta de corrida.

79. Viu Grand Canyon ao vivo.

80. Publicou um livro.

81. Vistou o Vaticano.

82. Comprou um carro zero.

83. Andou em Jerusalém.

84. Teve uma foto sua no jornal.
 

85. Leu a Bíblia inteira.

86. Visitou a Casa Branca.

87. Matou e preparou um animal para comer.

88. Teve catapora.

89. Salvou a vida de alguém.

90. Participou de um júri.

91. Conheceu alguém famoso.
 

92. Participou de um clube do livro.
 

93. Perdeu um ente querido.

94. Teve um bebê.

95. Viu o Alamo ao vivo.

96. Nadou no Great Salt Lake.

97. Processou alguém ou foi processado.

98. Teve um celular.
 

99. Foi picado por uma abelha. 

100. Foi ao Canal do Panamá.

Com o Tempo você descobre que..

Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude,
aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo.
Para qualquer escolha se segue alguma consequência,
vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez,
não faz duas necessariamente,
mas quem faz dez, com certeza faz onze.

Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível.
Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida,
o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente,
não é preciso perder pra aprender a dar valor,
e os amigos ainda se contam nos dedos.

Aos poucos você percebe o que vale a pena,
o que se deve guardar pro resto da vida,
e o que nunca deveria ter entrado nela.

Não tem como esconder a verdade,
nem tem como enterrar o passado,
o tempo sempre vai ser o melhor remédio,
mas seus resultados
nem sempre são imediatos.


[Charles Chaplin]