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terça-feira, 31 de agosto de 2010

"E o único jeito de ser mais malandro que a tristeza é sendo cínico. E lá vai a garota. Comprar pão quente com seu cinismo. Comprar absorvente com seu cinismo. Amar com seu cinismo. Porque só o cinismo vence a tristeza. Porque só o cinismo é mais triste do que a tristeza. E eu virei um muro alto feito de pedras cheias de pontas. Tudo isso só porque eu quero tanto um pouco de carinho que acabei ficando com medo de não ganhar."
"Com tanto potencial pra acabar com a minha vida, sabe o que ele quer? Me fazer feliz.
Olha que desgraça. O moço quer me fazer feliz. Veja se pode.
Não dá, assim não dá. Deveria ter cadeia pra esse tipo de elemento daninho. Pior é que vicia. Não é que acordei me achando hoje? Agora neguinho me trata mal e eu não deixo. Agora neguinho quer me judiar e eu mando pastar. Dei de achar que mereço ser amada. Veja se pode.
Chega um desavisado com a coxa mais incrível do país e muda tudo. Até assoviando eu tô agora."

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Talvez um dia eu seja uma pessoa mais equilibrada. Dessas que não se abalam tanto com os problemas. Que sabem administrar com inteligência a maioria das situações. Mas, por enquanto, confesso que não consigo. Basta uma coisa dar errado para estragar todas as outras. Um desequilíbrio literal. Imagino meu humor como uma pilha de latas em um corredor de supermercado. Estão todas lá: umas em
cima das outras. Organizadas. Alinhadas. Aí vem uma criança teimosa e tira uma das latas de baixo. A do meio! E, em dois segundos, está tudo no chão. Era impossível que continuassem de pé sem aquela lata.
Ando meio triste. Uma criança teimosa passou por aqui um dia desses e levou o que queria.
Tirou uma lata e foi embora. Sei que vou ficar bem. No fim, as coisas sempre se ajeitam. Mas dá um trabalho organizar tudo de novo! Ter de pegar lata por lata e empilhar outra vez... Uma a uma. Bem devagar. Até achar o tal do equilíbrio.

"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
 
E onde queres bandido, sou herói..."

Caetano Veloso

Eles não concordavam em muitas coisas. Brigavam o tempo todo. Eles se provocavam todos os dias. Mas, apesar das diferenças, havia algo importante em comum: eram loucos um pelo o outro.
Medo demais hoje..
Medo dele, medo de mim..Medo que ele esteja falando a verdade ou medo de eu acabar acreditando que ele está mesmo falando a verdade..
Medo das pessoas, do que elas fazem..
Querendo colo sem ter..
Acreditando sempre, em muitas coisas..

Hoje acordei com medo de viver..
Com vontade de viver..

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Medo tão grande hoje...

“Paixão antiga sempre volta nos momentos de fraqueza, amor antigo nos testa quando estamos fortes.”

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


"Te­nho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída"

"Ela sabia que precisava dele. Pelo menos naquela noite chuvosa e sem grandes esperanças. Mas tinha medo da compulsão. De querer ele sempre e sempre e pra sempre. E amanhã e depois. E de dia, e tarde, de madrugada. E não saber digerir tanto amor e tanto amor acabar lhe fazendo mal. Só mais um pouquinho, pensou. Uma lasquinha. Pra dormir feliz. Amanhã era amanhã. Depois ela resolvia..."
'Eu causo nas pessoas um tipo de enjôo com meu jeito, com minha carência, com minha ânsia por atenção. Tenho amor incondicional pelas pessoas que entram em minha vida e sinceramente, não sei o quanto isso é bom nos dias atuais. Talvez esse seja meu pior defeito.'

O Cazuza.
"Tô nem aí pro futuro, pra celulite, tô nem aí para queixas datadas, tô nem aí pro telefone mudo, pro preço do combustível, tô nem aí se vai chover amanhã, se o presidente vai viajar, se vai voltar, tô nem aí. Tô nem aí pros especuladores da vida alheia...

Pros sentimentos das pessoas, tô aí. Para seus desejos e dúvidas, para seus medos e ousadias, tô aí. Para tudo aquilo que tem consistência, para tudo aquilo que nos comove, para o leve e o denso, para a alegria genuína e para o luto, tô aí, sim.

Tô nem aí para quantas calorias tem um bife, tô nem aí pra corrida espacial, se há vida após a morte, tô nem aí pro carro do ano, pra musa do próximo verão, pro gol mais bonito do domingo, pra manchete da capa de amanhã.

Para a grosseria e a falta de delicadeza que corrói as relações, tô aí. Para a brutalidade das pessoas, pro egoísmo, pra falta de educação e civilidade, para todos que possuem uma nuvem preta acima da cabeça e a carregam pra onde quer que vão, tô aí e me dói profundamente.

Tô nem aí pro que foi decidido na reunião de condomínio, na reunião de cúpula, na reunião de mães, nas reuniões que duram mais de dez minutos, tô nem aí pro salário dos outros, pras novas tendências...

Tô aí pra alguns, pros meus. Tô aí e estou aqui. Estou atenta. Estou dentro. Estou me vendo. Estou tentando. Estou querendo. Estou a postos só para o mínimo, o máximo. Para o que importa mesmo. Para o mistério. A verdade. O caos. O céu. O inferno. Essas coisas.

No mais, tô nem aí. Refrão e desabafo."

"E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente."

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amor urbano..

''Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas me sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só esta vontade quase simples de estender o braço para tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nesta janela, já dissemos tudo que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação impressão ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e, com a ponta dos meus dedos, tocar você, natural que seja assim: o toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora. 
Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi para saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. 
Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. 
Sei porque sacudi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida. 

Corre, corre, O número do telefone dissolvendo-se em tinta na palma da mão suada. Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoas enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva para Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. (...)
Gramados batidos de sol, poços claros. Alguma coisa então pára, todas as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui do fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia-noite em ponto. Quero fazer um feitiço para que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse meu jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não está completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãos invisíveis pelos quatro cantos do quarto. Fico noite, fico dia. Fico farpa, sede, garra, prego. Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento onde viemos dar. 
A cidade está louca, você sabe. A cidade está doente, você sabe. A cidade 
está podre, você sabe. Como posso gostar limpo de você no meio desse doente podre louco? 
(...)
Tenho pressa, não podemos perder tempo. Como chamar agora a essa meia dúzia de toques aterrorizados pela possibilidade da peste? (Amor, amor certamente não.) Como evitaremos que nosso encontro se decomponha, corrompa e apodreça junto com o louco, o doente, o podre? Não evitaremos. Pois a cidade está podre, você sabe. Mas a cidade está louca, você sabe. Sim, a cidade está doente, você sabe. E o vírus caminha em nossas veias, companheiro. (...)
Como se lutássemos — só nós dois, sós os dois, sóis os dois — contra dois mil anos amontoados de mentiras e misérias, assassinatos e proibições. Dois mil anos de lama, meu amigo. Esse lixo atapetando as ruas que suportam nossos passos que nunca tiveram aonde ir. 
Chega em mim sem medo, toca no meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: — “Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como está. Feche as portas, não pague as contas nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você.
Nada mais importa. O resto? Ah, o resto são os restos. E não importam.” Mas seus livros, seus discos, quero perguntar, seus versos de rima rica? Mas meus livros, meus discos, meus versos de rima pobre? Não importa, não importa. Largue tudo. Venha comigo para qualquer outro lugar. Triunfo, Tenerife, Paramaribo, Yokohama. Agora, já. Peço e peço e não digo nada mas peço e peço diga, diga já, diga agora, diga assim. Você não diz nada. Você não me vê por trás do meu olho que vê. Você não me escuta por trás da minha boca que pede sem dizer, e eu bem sei. Você planeja partir para um país distante, sem mim,
de onde muitos anos depois receberei a carta de um desconhecido com nome impronunciável anunciando a sua morte. Foi em abril dirá, abril ou maio. Ou setembro, outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo. (...)
olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa, a de ser real, e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo louco, e vou dizendo longo sem pausa — gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você. (...)
Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar-desligar a tevê, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo.(...)
 e amanhã não desisto: te procuro em outro corpo, juro que um dia eu encontro. 
Não temos culpa, tentei. Tentamos.''


(saudades ainda - Daquele..)



Que tudo o que nos importa floresça!
''Acontece que, gosto profundamente de você. 
E você,faz tempo,não está me dando chance de gostar de você.
Sem pedir coisa alguma,além de uma certa delicadeza um certo estar presente e não fugindo o tempo todo.
...
Fico pensando o dia inteiro e querendo saber das coisas,que você me escreva,me ligue,que você me diga qualquer coisa para que eu possa estar ao seu lado.Você não está permitindo isso (...)E eu não estou sabendo como agir.Entenda que eu quero estar com você,do seu lado,sabendo o que acontece.De repente,me passa pela cabeça que a minha presença ou a minha insistência pode talvez irritá-la.Desculpa,não insistirei mais.
...
Eu queria dizer que eu estava com você,e a menos que você não me suporte mais,continuaria te procurando e querendo saber das coisas.
...
Bobagens? Pois é,se quiser ria como você costuma rir pra se defender.Não estou me defendendo de nada.Estou perguntando a você se permite que eu tenha carinho por você,sua idiota.
(...)Pode ficar em silêncio se você tiver vontade.Mas estou aqui,continuo aqui não sei até quando, e quando se você quiser,precisar dê um toque.Te quero imensamente bem,fico pensando se dizendo assim,quem sabe,de repente,você acredita.
Acredite.''
 



sábado, 7 de agosto de 2010

Estúpida fidelidade

Tomei um banho quente em outra casa e deixei outro homem me ver nua. Deixei outros tempos que não o nosso passarem e deixei outras esquinas que não as nossas serem quebradas.
A noite corre normal sem a gente, e parece até mais leve, parece um apaziguamento, um reinício de vida. A vida sem você é uma chuva absurda que remexeu sarjetas e valetas mas secou, trazendo de longe o divertimento quase uníssono de crianças num parque qualquer.
Tudo fica mais doce sem a ansiedade da felicidade, tudo parece um livro de desenhos para colorir, e eu sei lidar melhor com ele. Eu carrego as cores e ninguém manda no meu quadro.
A senhorinha do restaurante nasceu para servir minha mesa, e essa constatação não me fez sentir culpa por essa certeza frustrada que carrego de ser o centro do universo.
Ela me viu com o outro, e a partir desse momento, criamos uma intimidade que ela soube valorizar me dizendo que apesar de eu ser mais jovem, ele era muito charmoso.
Ninguém me jogou uma pedra, ninguém cuspiu em mim e as ruas até que fluíram amigas para que a gente andasse de mãos dadas e cantasse músicas bregas, desviando de lixos.
O ar e o silêncio me deram a preguiça necessária para eu deitar em outra cama e relaxar do meu amor enlouquecedor por você.
A tão sonhada paz, que não sinto ao seu lado, chegou. E eu dormi finalmente sem precisar saber onde você estava e no que você estava pensando.
Eu respirei apesar da minha rinite e eu não senti o vácuo assustador do meu espírito.
É mais fácil viver longe de você. É mais fácil acordar feia e isso ser só mais uma visão da vida. É mais fácil dormir sem querer alcançar a vida ao lado, porque é preciso morrer um pouco para dormir e eu odeio essa sensação de intensidade absurdamente viva que eu sinto cada vez que miro um pedaço seu, espalhado no seu mundo entreaberto.
Nenhum pensamento meu tem o poder de te machucar, nenhum mundo para onde eu vá tem o poder de te causar desespero. E eu preciso te sentir na minha ratoeira, eu preciso atirar nas suas asas que sobrevoam meu sossego. Você sempre me deixa, mesmo ficando colado comigo.
Eu preciso sentir tormento alheio para desocupar o lugar da atormentada. Eu preciso ter a certeza que no seu ponto perdido no espaço ainda não mora outro rosto.
O amor tem uma cara feia pra mim, de tormenta, de escuridão, de labirinto. E eu não consigo acreditar no seu jeito feliz de me amar, no seu jeito feliz de achar que tudo bem entregar um peito a outro ser que voltou ao mundo porque ainda não tinha aprendido a viver. Quando a gente ama, a gente entrega a alma para alguém que não sabe direito nem o que fazer com a própria.
Por isso eu agora estava ali, coberta do cheiro alheio, para ver se eu me defumava de outras intenções, o suficiente para fechar os poros das nossas portas.
Eu queria morrer ali, ao lado do outro homem. Ainda que nenhuma célula do meu corpo permitisse a proximidade de outro batimento cardíaco, outro bafo e outro estalar de dedos do pé.
Eu queria congelar aquele momento sem luz, aquele momento em que, aos poucos, eu sentia meu corpo e todo o resto feito de espírito voltar ao meu centro. A nossa morte que me retornava à minha vida.
Eu queria que a manhã chegasse aos poucos, matando você sem que eu acordasse e, finalmente, no café da manhã, eu tomaria um suco de laranjas com a minha existência livre da sua.
Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo.
E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de "já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro".
Eu já sofri por aí, mas ainda morro muito, todo dia eu velo meus restos e conto uma piada para ninguém perceber. E eu queria relaxar da terra em cima da minha cabeça só para variar um pouco.
Eu estava deitada numa cama imensa que poderia ser minha, e o outro dizia "tudo aqui pode ser só seu e pra sempre". Aos poucos fui lavando meu cérebro de você, e torcendo para os restos da limpeza caírem no meu coração, acabando de vez com o serviço.
Fui trabalhando meu corpo para esvaziar todas as suas pistas da minha história.
A maior felicidade para mim é sentir uma coceguinha de proteção no centro do meu estômago, uma borboletinha da alegria, uma paz imensa que emana do meu centro enquentando até os dedos do pé e os fios de cabelo.
Essa alegria foi nascendo, igual a quando eu sabia amar apenas como filha, porque ele me deixou ficar nua, carente e imaculada, como uma criança.
A escuridão foi me invadindo e calando neurônio por neurônio, grito por grito da minha angústia.
Eu já estava me acostumando com a vida assim, a vida quente e confortável do chão firme e certo. O quente do amor conquistado e sólido e não da paixão quebrada em milhões de pedaços indecifráveis que eram jogados por um desconhecido, como num jogo de dardos, no meu coração estampado numa parede descascada.
Mas eu sonhei que você me descobria, me via deitada ali com a pele tão arrepiada que parecia uma galinha depenada, e eu te dizia: eu não deixei ele encostar em mim, eu sou tão sua, que merda, eu sou tão sua.
E você, sem alterar a expressão eterna do seu orgulho inabalável, apenas me olhava com pena e me dizia que tudo bem.
Mas não está tudo bem, sabe? Eu preciso ver sofrimento no meu líder para saber que sigo um apelo humano. Eu cansei de alisar sua escultura de pedra.
Eu cansei de ser perdoada, compreendida e aceita. Eu cansei do mundo evoluído, porque eu sou bicho e esse mundo evoluído me humilha demais.
Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui, agora, dói pra cacete?
Alguém aí pode admitir por um segundo a inveja, o cansaço, o ciúme, a dor, a porra toda que essa química causa no nosso cérebro quando se espalha sem pedir permissão e joga essa doença toda pra cima da gente, a gente que estava calmamente vivendo nossa vidinha idiota?
Alguém aí pode deixar de segurar na muleta social do divertimento, jogar copos longe, cigarros longe, bocas alheias, fugazes e desconhecidas longe, roupas longe, colares e pulseiras longe, poses e armações de sutiãs longe,…?
Alguém pode me dar um murro na boca e me prender ao pé da cama, por favor? 

(Tão meu hoje..)

De

Estranha  sensação de desespero aqui dentro. To ficando com medo disso..
Como se alguma coisa quisesse gritar. 
Apesar de absurdamente feliz. Depois te tanto tempo, tantos pensamento, tantas mensagens pra ele com saudade e vontade que ele retornasse a ligação. Essa sensação de estranheza continua aqui dentro. Ainda continuo anormal. Mas intensamente feliz. Talvez não da forma que gostaria, mas feliz, liberta por hoje.
Consegui sem lembrar dele. Sorri, brinquei, bebi, dancei, namorei e acordei feliz..com alguém falando que ia ligar no outro dia. E não é mesmo que ligou, e no mesmo dia.
Precisava me fazer tentar esquecer. Não esqueci, isso é fato. Mas mudei os pensamentos.
E deixa estar como está. Não esperando que liguem no dia seguinte, sem pensar no filho da puta até doer, sem esperar que ele responda as minhas mensagens, os meus e-mail's, sem querer acordar no peito dele, sem querer que aquele cara bacana goste de mim também, sem esperar o depois..Deixa estar como está..Assim, por enquanto, eu vou sendo mais feliz.
Aos poucos a estranheza vai sumindo e eu vou descobrindo que posso..
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp3ltNpVARxi0ftnm1eo-z-hHEmjk-oEJMX7ruzL3ZzVaKfC_brcGdqzYAka9sDzMHkhNTVnLQU2eKsKsKPtJikgD4QDCJ_zUIDxkpXPXsN-qGjyjScrbKP58SfgYvHmTcO9Np5c-nWA/s1600-r/pensativa5.jpg
Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus e-mails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja.
' Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz. '

' E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado. '

Fds perfeito demais...

Então não me conte seus problemas
Hoje eu quero paz eu quero amor
Então não me conte seus problemas
Nada de tristeza nem de dor
Esse sol tão lindo gostoso de se ver
Essa vida boa correndo pelas mãos
Esse povo todo cantando pra valer
Solte essa cabeça
Acelere o coração
Hoje eu tô querendo falar de coisa boa
Hoje eu tô querendo gostar mais de você
Vamos balançando
Dando risada à toa
Hoje só não dança quem gosta de sofrer
Então não me conte seus problemas
Hoje eu quero paz eu quero amor
Então não me conte seus problemas
Nada de tristeza nem de dor
Veja bem
Tá tudo certo
Nós dois na avenida, dançando de coração aberto
Veja bem
Deus não perdoa
Vamos pensar positivo que essa vida é muito boa.

liberdade.jpg

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Difícil é saber amar
(Cartola)


"Ninguém, absolutamente,
sabe amar." 
(Nelson Rodrigues)
"Porque tu sabes que é de poesia, minha vida secreta..."


“Se um dia na sua vida você tiver que saber quem na vida mais te amou, quais foram as pessoas que mais te amaram de verdade, é só descobrir as pessoas que mais te perdoaram. É uma matemática fácil de ser feita. Porque na vida nós só temos o direito de dizer que amamos, depois de muitas outras vezes termos precisado perdoar alguém. Que o amor é justamente o momento em que você descobre o outro fazendo tudo errado, tudo ao contrário do que prometeu, e mesmo assim você ainda tem reservas aí dentro pra trazê-lo de volta, pra olhá-lo nos olhos no momento em que ele não merece, pra desconcertá-lo com seu perdão no momento em que ele esperava sua gozação. Da mesma forma, se você quiser saber quem você mais amou é só começar a contar nos dedos as pessoas que você mais precisou perdoar. Porque o amor não existe fora do perdão. Se essas pessoas que dizem que te amam só porque você faz as coisas certas, cuidado!!! Porque no dia em que você não conseguir fazer tudo certinho e ela te dispensar, não fica triste não… É porque nunca te amou!!!”
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMPIWtR0FrO-X1G9usTsDi3xf2HYDQfga1bENRLzUr22oB67jiAoPXECa2RO9y0qAsXj0ytzD-qwmyZ7VlcSKUyboLw89t5bGWw3kJqtMfQ0__yWJhCmzAgxfSkJ8qHV0MhZ7mGeR24lvb/s1600/123662214.jpg
“Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim.”
Saudade eu tenho do que não nos coube.
Lamento apenas o desconhecimento
daquilo que não deu tempo de repartir,
você não saboreou meu suor,
eu não lhe provei as lágrimas.
É no líquido que somos desvendados.
No gosto das coisas o amor se reconhece.
O meu pior e o seu melhor,
ficaram sem ser apresentados.
 
"Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se avida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se , e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques-tudo isso ajuda a atravessar agosto."
"Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos, e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas são sempre bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.
 Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, agora não, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés delas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.) E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você — seria, seriam?

Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam uma nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito poder de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos mesmo meio tudo isso, não tem jeito, e tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olivia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Wim Wenders, mais Cecília Meireles que Nélson Rodrigues. 

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca na minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão Cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas Contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente.  

Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente mas penso tanto em você que na hora de dormir vezenquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo."

Caio Fernando Abreu - O Estado de S. Paulo, 16/3/1988

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

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Desatino..

Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem se fosse apenas dentro de mim… Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas em que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio – é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. É a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.
Agora em silêncio, ensinando dragões a nadar.
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"Cheio de carinho, remexeu no doce, sem empurrar o prato. Preferia a fome: só isso. Pelo longo vício da própria fome — e seria um erro, porque saciar a fome poderia trazer, digamos, mais conforto? — ou de pura preguiça de ter que reformular-se inteiro para enfrentar o que chamam de amor, e de repente não tinha gosto?"
"Ocultamos excessos, sufocamos a vontade de nos expor sem reticências e o que acabamos exigindo um ao outro é um arremedo de envolvimento, mesmo sabendo quanto isso nos faz mal."

(Maria A. Amaral)

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domingo, 1 de agosto de 2010

Minhas 100 coisas Randômicas:

1. Tenho um certo gosto pela vida. Acho que a vida devia ser melhor aproveitada.
2. Tenho um imaginação muito louca.
3. Trocaria comida saudável por besteiras todos os dias.
4. Mas espero, de verdade, me tornar vegetariana um dia(pelo menos antes que o meu filho começe a comer papinha).
5. Já achei que tinha síndrome do pânico, quando ia comprar biscoito e imaginava que iria cair da calçada e ter um traumatismo craniano, e me via no hospital vendo meus amigos me visitando.
6. Ouvir música me faz sentir um bem estar indefinido. Lembro de uma música em cada parte do meu dia.
7. Meus gostos mudam de acordo com o meu humor.
8. Gosto de bichos.
9. Se fosse um animal, gostaria de ser um urso panda.
10. Sempre fui indecisa toda vida, penso uma eternidade antes de tomar alguma decisão muito importante.
11. Já quis ser psiquiatra, enfermeira, pediatra...E hoje, quem me conhece sabe que eu não serviria pra nenhuma delas.
12. Hoje estou tentando ser Bióloga, se eu conseguir parar de ser reprovada em Química.
13. Minha família é bem grande, mas pra mim se limita a duas pessoas.
14. Adoro arrancar pêlos com pinça, acho mesmo uma ótima terapia.
15. odeio quando reclamam da vida perto de mim.
16. Acredito em Deus.
17. Gosto de olhar o céu, até quando ele esta nublado, mas especialmente o céu azul.
18. Pessoas importantes, gosto de atender no quintal.
19. Gosto de acordar domingo de manhã num dia claro e ir lá fora, olhar pra cima e pedir energia.
20. Às vezes me acho bastante bonita no espelho, as vezes fico com raiva por ter que mostrar minha cara.
21. Gosto de filmes, e se eu chorar uma vez com um filme, pode apostar que vou chorar todas as vezes que assistir.
22. Gosto de dar cheiro no meu cão e na minha gata.
23. Já me apaixonei algumas vezes na vida.
24. Tenho mania, antes desapercebida(até agora), de colocar reticências no final das minhas frases.
25. Gosto de palavras novas, e de descobrir o significado delas.
26. Gosto do gosto do vinho.
27. As vezes me acho meio boba demais por acreditar nas pessoas.
28. Pretendo casar antes dos 30 anos e ter um filho antes dos 40.
30. Gosto de descobrir a vida das pessoas que se aproximam de mim.
31. Escrever e ler são duas coisas que me dão imensa satisfação.
32. Adoro ler matérias sobre psicopatas.
33. Tem dias que tenho um certo cansaço de pessoas e acabo achando todo mundo meio hipócrita demais.
34. Odeio ficar e estar sozinha.
35. Converso comigo mesma, e treino o que vou falar, se for algo importante.
36. Espero viajar o mundo, ou parte dele, algum dia.
37. Me decepciono demais com pessoas que gosto.
38. Meu rosto não revela minha personalidade a princípio.
39. Tenho um medo desconhecido de água no escuro.
40. Invento dancinhas diferentes enquanto arrumo a casa.
41. Acho que no mundo existem dois tipos de pessoas: as que sabem viver e as que não sabem.
42. Injustiça e mentiras estragam todo o meu dia.
43. Quando eu era criança achava que gente feia podia me contaminar. :)
44. Gosto da sensação de estar apaixonada, e curto fossa mesmo quando a paixão acaba.
45. Acho que a janela de um ônibus pode ser melhor que terapia algumas vezes.
46. Observo pessoas e detalhes.
47. Tenho memória olfativa. E adoro aromas, principalmente quando estão nas pessoas.
48. Curto pessoas que conseguem ser inteligentes, engraçadas e delicadas ao mesmo tempo.
49. Descobri que durmir agarrado me faz acordar com uma sensação muito boa.
50. Não se fingir.
51. Odeio gente fútil e sem conteúdo.
52. Tenho uma ansiedade fora do normal e isso ataca minha gastrite.
53. Tenho um péssimo defeito de perguntar: - Vc tá pensando em que?!
54. odeio quando escrevem errado no msn. 
55. Às vezes sou debochada, e tenho meu humor particular.
56. Acho lindo mulheres grávidas. E gosto de ler diversas vezes como o bebê se desenvolve. 
57. Falo com Deus algumas vezes, e sinto que ele me ouve. E por diversas vezes, sinto que Ele me atende.
58. Mesmo falando tanto de mim mesma aqui, não consigo me definir direito.
59. Comeria pizza todos os dias no café da manhã.
60. Gosto de conhecer lugares novos.
61. Quando alguém que gosto fica mal eu também fico.
62. Gosto das mudanças que eu adquiri nos últimos anos. 
63. Literatura me faz perder as horas. 
64. A natureza me fascina. Ainda não sei se gosto mais de praia ou de serra.
65. Não consigo ser organizada.
66. Minhas inseguranças eu guardo em segredo.
67. As vezes acho que deveria falar mais o quanto gosto de algumas pessoas, porque a maioria vai embora sem eu ter tido a chance de dizer.
68. Quando estou tentando me desapegar ou desapaixonar, sempre cismo que tenho que pintar o cabelo, fazer uma tatuagem..
69. Quando fico triste, desconto minhas tristeza nos cosméticos. Deve ser algum tipo de terapia indefinida.
70. Acho que o Google foi uma das maiores invenções da humanidade.
71. Sou exagerada toda vida. O que explica o tópico acima.
72. Despedidas me faz ficar mal por mais algum tempo após a despedida de fato.
73. Gravo músicas com uma facilidade enorme, até aquelas que eu repudio. 
74. Primavera tem um efeito sem explicação sobre a minha pessoa. Consigo acordar com jeito diferente. É notável demais.
75. Tenho muita vontade de pular de asa-delta, mas morro de medo de altura.
76. Gosto de mato, acampar, andar..
77. Tenho dificuldade em praticar o desapego. Por essa razão prefiro não me apegar.
78. Gosto quando cuidam de mim.
79. Não tenho paciência pra televisão (como diz a música), mas internet é meu vício.
80. Dificilmente algo me tira o sono, e quando isso acontece, normalmente está me fazendo muito mal.
81. Gosto das conquistas.
82. Odeio gente arrogante e sem educação.
83. Ainda não descobri se tenho memória curta ou não. Lembro de coisas corriqueiras e detalhes e esqueço coisas que deveriam ser importantes.
84. Eu desconfio facilmente das pessoas. Deve ser pelo fato de confiar muito facilmente.
85. Sou bastante ciumenta e sinto vontade de guardar as pessoas que eu gosto só pra mim.
86. Gosto de sotaques, e viajo na maneira como as pessoas falam.
87. Nesse momento queria ter um alguém que gostasse de mim amanhã de manhã também.
88. E queria ter abraços e poder voltar pra casa no fim do dia cansada com o mesmo abraço que ganhei quando acordei.
89. Pessoas só me conhecem de verdade quando começam a me conhecer.
90. Sou bastante desastrada e sem jeito, principalmente quando estou nervosa,
91. Nunca aprendi a nadar, andar de patins, patinete, moto, carro, mas aprendi a andar de bicicleta sozinha. Foi uma das minhas maiores conquistas.
92. Pessoas autênticas e verdadeiras me conquistam.
93. Quero um dia ir morar longe da cidade.
94. Maldade com animais me deixam realmente furiosa.
95. Não sou boa. Estou sempre selecionando as pessoas. Mas tenho medo de gente ruim.
96. Estou esperando encontrar um homem diferente de todos os outros. Todas as vezes que achei ter encontrado, descobri que era igual ao anterior.
97. Adoro acordar um dia de domingo as 6 da manhã e descobri que posso dormir mais.
98. Carinho me deixa mole e eu adoro.
99. Sou bipolar.
100. Vou tentando ser mais feliz.
Fui juntar o que ainda havia pra devolver..
Acabei assistindo outra vez (sendo que a primeira estava bêbada de sono) - o Filme o Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Fiz questão de ver novamente, parece tão meu. Os detalhes da vida de uma menina que sonha. Que tem medo, mas quer, muito. Que está atenta a vida, as pessoas, as coisas, aos detalhes..


Quando o dedo aponta para o céu, o idiota olha para o dedo!
(do filme 'O Fabuloso Destino de Amélie Poulain') 

- Ela parece distante... talvez seja porque está pensando em alguém.

- Em alguém do quadro?

- Não, um garoto com quem cruzou em algum lugar, e sentiu que eram parecidos.

- Em outros termos, prefere imaginar uma relação com alguém ausente que criar laços com os que estão presentes.

- Ao contrário, talvez tente arrumar a bagunça da vida dos outros.

- E ela? E a bagunça na vida dela? Quem vai pôr ordem? '
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se avida não deu, ou ele partiu- sem o menor pudor, invente um.

(Bom Agosto..)
"Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais".
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