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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

E, fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber um café quente juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso.Ela vai dar pra você sem a necessidade de seguir os passos “encantar-seduzir-possuir-escapar-manipular-humilhar”. Ela vai dar pra você se demonstrar que pode ir um pouco além do compromisso consigo mesmo. E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz.E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou. E você vai dizer que nem foi.Eles parecem mesmo presos, mas presos por aquele tipo birrento e obstinado de nó, o nó invisível. Eles também brigam, batem portas e saem por aí. Mas voltam rindo da cara um do outro, se aninham e dizem coisas como ‘não consigo ficar braba contigo’.Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo.
Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás. Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.
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Qualquer idiota diz eu te amo
Não se trata de incapacidade de sentir a coisa, sou um ser humano plenamente funcional. Mas, sabe aquela do Stevie Wonder, “I Just Called To Say I Love You”? Pois é, não está na minha lista.

Bem, só que eu estava saindo tempo suficiente com esta garota, já não podia me considerar um simples turista em seu sofá-cama, naquelas noites de sexta-feira e sábado e domingo e segunda-feira. Uma tarde, assistindo “(500) Dias Com Ela”, ela resolveu chorar no meio do filme, não lembro em qual dos quinhentos dias e isso também não interessa. O que importa foi ver ela chorando e tentando esconder o rosto com a franja, e como ela segurava os dedões dos pés, os dois simultaneamente, sentada no sofá-cama feito índio ou como uma pequena menina de 14. Eu quis abraçá-la. Eu adorei aquilo. Eu… (longo suspiro) sei lá, cara.

Oito meses, um ano, mais três meses e eu não disse a coisa, embora tivesse vontade de dizer o tempo todo. Umas noventa vezes fiquei a ponto de formalizar o sentimento e aí parei, então ela acabava perguntando “O quê?” e eu “Nada” e ela “Anda, fala logo” e eu “Vai parecer besteira” e a cena terminava por aí mesmo. Em minha defesa, em defesa de todos os espécimes do meu tipo, há outras mil maneiras de fazer isto, não? Levar avós em torneios de biriba, submeter-se a testes de HIV antes de abolir a camisinha, descer até a farmácia e pedir ao senhorzinho de jaleco branco aquele com abas e substâncias antiodores para fluxos intensos, buscar avós em torneios de biriba. Você entendeu.

Aí ela ficou de me ligar e acabou sumindo. De começo achei que foi pela minha mania de fazer xixi assobiando alguma coisa dos Monkees. Mas com o tempo percebi, me dei conta, caí em mim, que a razão daquela ausência insustentável era a economia com meus “eu te amo” e como aquilo poderia ser interpretado. Falta de comprometimento. Não-amor. Que aquele um ano não tinha significado algum. Que ela não era amável. Era tudo um desperdício de vida. Não sei. Vai saber. Garotas são loucas, se fossem vendidas em frascos, viria rotulado: contém 1 drama. Acontece que eu não sei. Não sei se amo ou não.

Liguei para, você sabe, sondar como estavam as coisas. Deixei escapulir que queria vê-la. Precisava, na verdade. E ela “Por quê? Por que você me quer tanto de volta?” - Eu sabia, claro. Mas ela queria saber também, ouvir, anotar num papel de pão, deglutir, rabiscar a frase no espelho com batom magenta, gritar pra todo mundo ouvir, sair cantando Stevie Wonder. Garotas não desaparecem sem um truque na manga, anota isso aí. Então eu disse “não sei”, ela quis desligar, eu quis conversar, até que ela venceu com “não vamos discutir a relação sem efetivamente estarmos em uma”. Faz sentido.

É tão difícil assim?

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu não sei. Quer dizer, eu sei. Eu acho que sei. Bem, parece, tudo indica, acho que decidi que, puta merda, eu amo você.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque estou te ligando movido pela vontade de reaver você e aquilo que tínhamos até semana passada. Eu penso em você dia e noite e fico ridiculamente abalado se a gente acaba brigando. Eu acho que te amo, garota.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Porque amo você, eu acho. Não sei ao certo. Sei que jamais terei certeza se você continuar com essa bobagem estúpida de ficar longe de mim.

ELA: Por que você me quer tanto de volta?
EU: Eu te amo, sua morena invocadinha.

Fácil. Até demais. Qualquer idiota consegue, talvez seja menos complicado cuspir isso sem realmente sentir. Os mentirosos são os mais fortes, têm mais estômago pra esse tipo de composição gramatica e sentimental. Eu não, hesito, sinto medo e quando estou a ponto de bala de dizer a coisa, meu queixo treme e chego a passar mal. Mas amo, é o que importa. Amo demais. Sem discursos, sem frase de efeito, sem irresponsabilidades. Eu sei porque se não fosse tão forte eu não ficaria sem palavras.

Tá pra nascer ainda...

Quero ser criança, mulher, homem, ET, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for 
Sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjoos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante. Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.

Agora virou comédia mexicana ultrapassada...

Se fosse uma comédia-romântica-americana, a gente se encontraria daqui a um tempo e eu diria a ele, que mesmo depois de ter conhecido homens que não se irritavam com as minhas ironias, não me seguravam com tanta força a ponto de me esmagar, não amavam os amigos acima de tudo, não tinham respostas pra tudo de forma tão irritante. Não eram tão orgulhosos como eu, não tinham humor tão negro. Não eram convencidos demais, Não gostam de flash backs com ex. Não tiravam sarro do meu time, não ligavam se eu confundisse nomes de capitais, movimentos artísticos, ruas e bairros, era ele que eu gostava, era ele que eu queria. E ele me diria que, mesmo depois de ter conhecido mulheres que comiam de forma correta nos horários, mulheres que não fossem tão ciumentas e possessivas, mulheres que arrumavam a cama e não demoravam tanto para sentir prazer, não tinham pernas tão finas, tampouco testudas, não cantavam tão mal, não tinham medo de tudo, não eram tão irônicas, não questionavam tudo o tempo inteiro, não falavam demais, era de mim que ele gostava, era eu que ele queria. Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus “cult” onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Arrumando minha casa de dentro juntei estilhaços de um tempo em que, cansada de sóis vazios e dessas tempestades de agonia, pra esquecer um amor antigo, arremessei meu coração contra a parede. Eu descobri que algumas pessoas se juntam não por afeto, mas por tristeza encomendada. Que certas coisas que deveriam afastar, às vezes aproximam.

Quando arrumei minha casa de dentro tinham muitas declarações de amor de gente que já não me amava mais pelo caminho. E quando eu estava prestes a começar uma vida nova, tropeçava nesse passado e nos referenciais antigos e voltava para lá que era um lugar aparentemente mais seguro. E ergui tantas paredes rabiscadas pelo medo.

Descobri, quando abri as janelas, que uma chuva muito forte também tem som de aplausos. Que na pauta dos meus lábios só cabem palavras macias. Que há que se beber do outro também a fonte de idéias para que tudo não se resuma num encontro incandescente de peles porque devemos explorar todas as qualidades do desejo.
...
...
Eu descobri que tenho um jeito de gostar exagerando os fatos e que a ficção é o que mais participa da minha realidade. Mas que sempre fica um rastro na minha pele se alguém se demora nas carícias. E que não se pode ter a força de uma represa retendo seus próprios líquidos.

Quando arrumei minha casa de dentro eu descobri que essa é uma tarefa infinita. E há que se reordenar as coisas incansavelmente pra se ter espaço pruma nova cor. E que uma boa base impede um desmoronamento, mas que a implosão da estrutura inteira, às vezes, é a coisa mais sábia a se fazer em determinados momentos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Eu aprendi aos trancos que ser feliz não dói."

Essa frase  hoje faz todo sentido depois que eu aprendi algumas coisas na vida. Depois que aprendi a esperar. Depois que parei de dar exacerbado valor a coisas e pessoas que não merecem meu tempo perdido. Depois que parei de sofrer por antecedência. Depois que descobri o verdadeiro significado do amor próprio.

Hoje consigo sentir falta sem me doer, consigo admitir quando fiz uma burrada daquelas que eu nunca assumia. Consigo passar a noite inteira com ele sem esperar que fique depois, e depois...Consigo mostrar com muito mais clareza as coisas que estou sentindo.
Aprendi que a vida vale a pena SIM, independente do que te digam sobre ela. 
Hoje, estou sempre disposta, disponível pra ela, a vida. Passo, vivo, sonho..Hoje eu deixo acontecer sem aquele medo de alguma coisa, que eu nem sabia o que era..

Aprendi que posso amadurecer sem perder a leveza..Consigo desejar coisas boas pra quem só me deseja as ruins. Pra quem me julga sem conhecer, tirando as conclusões pra tentar convencer e se convencer de alguém que não sou eu. 

Hoje, ainda estou aprendendo a ser mais feliz...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bem assim!!

“E, fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber um café quente juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso.”

“Ela vai dar pra você sem a necessidade de seguir os passos “encantar-seduzir-possuir-escapar-manipular-humilhar”. Ela vai dar pra você se demonstrar que pode ir um pouco além do compromisso consigo mesmo. E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz.”


“E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou. E você vai dizer que nem foi.”


“Eles parecem mesmo presos, mas presos por aquele tipo birrento e obstinado de nó, o nó invisível. Eles também brigam, batem portas e saem por aí. Mas voltam rindo da cara um do outro, se aninham e dizem coisas como ‘não consigo ficar braba contigo’.”


Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo.”
É cedo pra dizer, ou tarde demais pra fugir. Talvez você seja um cachorro-cínico-egoísta apenas sendo gentil-romântico-atencioso só pra me enganar na sua cama. Mas se não for você, será outro qualquer. Melhor que seja você.(Melhor não!)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não perca o agora, o hoje e tudo que está ao seu redor. Principalmente as pessoas. Pois, se não notou, é por elas que você busca grandes coisas. De todos os beijos que você dá, nunca saberá qual deles será o de despedida." (Gabito Nunes)

Não era mágoa que ela sentia, não era raiva, ódio, ou qualquer coisa do tipo. Era pena..Pena porque ele voltava todos os dias vazio...





"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."
Alegrias, as desmedidas. Dores, as não sentidas.
Conselhos, os dispensáveis. Casos, os memoráveis.
Domicílios, os temporários. Adeuses, os necessários.
Ódios, os mútuos. Orgasmos, os múltiplos.
Meninas, as lolitas. Mulheres, as bonitas.
Projetos, os contingentes. Prazeres, os transparentes.
Amigos, os loucos. Inimigos, os poucos.
Cores, o rubro. Meses, outubro.
Elementos, os fogos. Divindades, o Logos.
Vidas, as nossas. Mortes, as deles."

(Bertolt Brecht - versão de Edson Marques)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como ser o cara legal da minha vida

Não pense que não notei seu empenho perspicaz para ser o cara legal da minha vida. Prova do meu reconhecimento é que vou dar um empurrãozinho no seu esforço com algumas dicas. E aproveite bem, não é todo dia que uma garota sabe mais ou menos o que quer da vida, e ainda se sujeita ao papel de astrolábio.

Sei que leu numa revista que a base de um relacionamento é a comunicação, e eu valorizo isso. Mas que droga é essa de me contar seu dia, isso de conversar no café da manhã e de vez em quando parar tudo pra lembrar que na infância você tinha intolerância à lactose e medo de caramujo? Não, não é bonitinho. Fique calado um pouco, calado demais, às vezes - pensar sobre o que você está pensando pode me manter bem ocupada, sabia? Aliás, se eu quiser uma filial do Repórter Esso gritando novidades sem parar nos meus ouvidos, telefono pra minha mãe.

Se você quiser ser o cara legal da minha vida, diminua o tempo com preliminares. Preciso de alguém me acenda e logo arme a barraca, e não de alguém que arme a barraca, acenda uma fogueira e acampe por ali um fim de semana inteiro. Não se preocupe tanto com meu prazer, assim você racionaliza a única coisa contrária à razão, que é o sexo. Seja mais cru e animal, não se preocupe em me fazer soltar a imaginação. De tanto fazer isso já imaginei 817 cores que ficariam melhor no teto acima da sua cama. Insista duzentas vezes em me ensinar como calibrar pneus. Ache desperdício gastar 50 mil numa festa de casamento que dure apenas um dia. No auge da minha raiva, me tasque beijos. 

Me deixe falando sozinha quando eu merecer. Demonstre cada dia ser mais apaixonado pelo seu trabalho chato do que por mim. Olhe pra alguma outra bunda do restaurante bem na hora que estou confessando planos para o futuro. Traga seus amigos pra uma sessão tripla de Quentin Tarantino enquanto preciso estudar pra minha prova de Política Social e Direitos Humanos. Ouça jazz e Frank Zappa. Use calça jeans e camiseta branca com mancha de maionese na frente das minhas amigas. Me leve ao parque de diversões e insista que o carro-choque é o melhor. Durma tranquilamente feito um fóssil depois de uma discussão séria. Me dê motivos, costumo reclamar da vida quando não tenho do que reclamar.

Se você quiser ser o cara legal da minha vida, receba torpedos de uma tal Bruna de outros verões. Ria alto e espalhafatoso no escuro do cinema com caretas bobas do Jim Carrey. Em parceria com meu pai, deboche do meu bicho geográfico no pé. Escreva um bilhete de aniversário de namoro e mande no dia errado. Às vezes me faça sair chorando da sua casa no meio da noite e me deixe com uma louca vontade de voltar pedindo pra nunca mais fazer isso comigo. Adicione vacas com cabelo comprido e liso no Facebook. Troque o canal para ASA de Arapiraca versus Atlético Goianiense no intervalo da minha novela. Afirme que o roteiro de "Ps, Eu Te Amo" é inviável na vida real. Esqueça a chave de casa em algum lugar que não sei onde é.

Pode parecer um pouco freudista, mas de vez em quando pareça meu pai me berrando pra calçar os chinelos, me faça parecer mãe quando você pegar uma amigdalite. Me force a pedir carinho e atenção. Esqueça de ligar duas noites seguidas, seja ríspido se eu te ligar. Faça mil besteiras, peça mil desculpas, faça mais sexos de reconciliação, diga me amar no meio. Odeie tofu, não se olhe no espelho de perfil, corte o cabelo no barbeiro da esquina, me deixe esperando. Erre tentando acertar, acerte tentando errar. Se você quiser ser o cara legal da minha vida, faça tudo isso, mas sempre jurando que foi sem querer. Mãos à obra, porque, pra ser o cara legal da minha vida, você ainda tem muito o que piorar.

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Adulterados..

Bom dia. Tenho que ir. Desculpe acordar você, estou atrás das minhas chaves, você viu minhas chaves? Preciso sair já, imediatamente, ou então estarei frito, quer dizer, já estou frito, só estou tentando não passar do ponto, você sabe delas? As minhas chaves. Olha, sei que depois fica mais fácil dizer que isso não devia ter acontecido, foi um acidente e toda aquela ladainha. Mas é o que foi. Você sabia disso, não sabia?

Que cara é essa? Você vai chegar lá, vai saber como as coisas funcionam aos trinta. Me ajuda? Com as chaves. Eu também achava isso, mas não se iluda. Ao chegar em casa logo mais, observe bem seus pais, fique em silêncio, de pé na cozinha. Sei que você não crê na minha má notícia, mas você um dia vai ficar igualzinho a eles, salvo se for abduzida por um comercial de televisão para algum desses produtos porcaria de família.

Ei, não estou procurando me absolver, mas é que, sei lá. É como se você não tivesse pra onde correr sem desapontar ninguém, sabe? Eu preciso escolher quem machucar nessa história toda. De um lado essa grande garota, os planos de casa, filhos, um nome bacana para o cachorro e aquela porcaria toda que a ordem social das coisas tenta nos empanturrar, as satisfações que preciso dar a todos que esperam ser felizes com esta minha suposta felicidade. O velho lugar-comum de sempre, os velhos sonhos de sempre.

Sempre me orgulhei de nunca matar um mosquito. Mas essa coisa de paixão esmaece, como a gente sempre ouve falar por aí. Você toma seus pais como exemplo, diz que nada daquilo será contigo. E um dia, antes de marcar a data do casamento, você nota que anda sofrendo de perdas temporárias de tesão um pelo outro. Aí a pergunta: o que vem depois? Você simplesmente entra em pânico, saca? Não, você não entende. Mas vai, um dia. Só tente não perder a fé na humanidade até chegar lá, ok? Encontrou? Minhas chaves? Droga.

Se a amo? Claro que amo, que tipo de pergunta é essa? Sabe, estamos juntos há sei lá quanto tempo. E talvez eu esteja cometendo um sincericídio, mas acho que ela nem se importaria tanto ao saber por onde andei essa noite. No duro, contanto que eu esteja lá plantado esperando por ela, no dia, hora e igreja certa, bem arrumado e disposto a cumprir com que ensaiei no dia anterior - ou seja, programado pra dizer "sim". Parece pouco, mas é sua impressão juvenil. Então, pra quê arriscar tudo isso?

Triste? Você pode até dizer isso, se quiser, só acho que os adultérios deveriam ser analisar a cada caso. Eu, por exemplo, nunca me envolvo emocionalmente com ninguém, coisa que alivia minha culpa sempre que preciso olhar diretamente no rosto dela. Chega um momento em que você precisa decidir qual azedume parece mais suportável: deixar pra lá todos os seus desejos ou então sentir-se corroído um pouco todos os dias. Você tem razão, alguma coisa dentro de mim morreu. Talvez eu tenha me perdido de mim mesmo. Mas não sei se posso, ou mesmo quero voltar. Tá feito.

Verdade, quem sabe da próxima vez seja mais produtivo um analista e não uma garota de vinte e poucos anos, fã de Evanescence, Creed e essas coisas, e ainda mais precisando de um namorado. E não se engane, eu sou um idiota, pra você, pra ela, pra todo mundo, inclusive pra mim mesmo. Mas olha aqui pra mim, vou te dizer onde mora o perigo, guarde isso com você, use com seu namorado, se acaso vocês chegarem lá.

Não é cansaço, não é o longo tempo, não é porque você precisa desesperadamente de um olhar desejoso outra vez, não é porque você não tem dinheiro pra comprar os cremes que a Camila Pitanga oferece na tevê, ou porque sua voz não é sexy, ou seu olhar não brilha, porque faltam assuntos na mesa do jantar, ou porque a vida deveria ser feita de chupadas chamuscantes que você nunca ouviu falar.

É uma questão de costume. É duro aceitar a ideia de passar o resto da sua vida ao lado da tal pessoa. É difícil imaginar um troço desses. Então a gente pula em outras camas como fossem pequenos precipícios, buscando uma última salvação ou resposta de que aquilo é tudo que você deve esperar do amor. Quer dizer, existe essa coisa de amor, só que não é exatamente o que a gente pensou que fosse.

Tipo Assim..

Apego..
Ainda não contei de você a ninguém. Acho meio arriscado ou, quem sabe, mera superstição. Eu sei que as pessoas vão me pedir cuidado. Assim me guiei por uma vida toda e foi exatamente isso que hoje me faz uma pessoa contando uma história de amor sem nunca ter protagonizado uma. De um jeito ou de outro, sempre soube que pegar leve era uma forma de me manter todas as minhas metades comigo mesma, até então sem saber pra quê servia isso.

Só pude ver o tamanho do erro no seu sofá-cama, no meio de um beijo estranho. Você engolindo minhas lágrimas bobas, lambendo minhas bochechas nos créditos de "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças", que, aliás, a única coisa que entendi do filme é que o amor é uma coisa bem complicada. Você tentou me explicar por partes, e eu me senti menos burra e ridícula, embora com os olhos ainda aguados.

Eles, o mocinho e a mocinha, só queriam se esquecer usando aqueles fios e máquinas. Nunca mais lembrar um do outro. No fim, a gente aprende que tudo pode ser vivido só uma vez. Uma coisa ruim me faz te abraçar forte. Aí eu entendo quando as pessoas dizem que amando a gente abraça o mundo, porque, pelo menos aqui e agora, meu mundo inteiro é você.

Meus pés são a parte de mim que mais tenho vergonha e foi justamente por ali que você começou a fazer amor comigo. Como se iniciar pelo meu pior fosse um jeito de dizer que me aceitava, que me queria de qualquer jeito, azar se desde guria sempre fui a última a ser escolhida, do amor a times de vôlei. Você disse que eu tinha uns pés lindos, mas lindo mesmo fica você quando mente pra mim.

É cedo pra dizer, ou tarde demais pra fugir. Talvez você seja um cachorro-cínico-egoísta apenas sendo gentil-romântico-atencioso só pra me enganar na sua cama. Mas se não for você, será outro qualquer. Melhor que seja você. É nisso que eu penso enquanto você arreda as teia de aranha que fizeram casa no centro das minhas coxas e na minha emoção. Pelo menos assim esqueço que você pode estar julgando as estrias na minha bunda agora mesmo.

Aí goza e sai de mim. Fica brincando com meu mamilo esquerdo, olhando admirado. Se você ficar mais um minuto deitado nu do meu lado, embaixo do edredom, já poderei considerá-lo meu novo recorde. Outros já estariam vestidos me chamando um táxi. Você não, quer mudar tudo. Fala coisas que aos poucos transformam minhas expectativas em certezas. Eu achava que sabia a tradução da palavra saudade. Aí vai você e muda tudo. Vai fazer xixi e volta com coca gelada e mais um pouco de bis branco. Gosto mais do tradicional, mas fui nota dez nas aulas que ensinam a impossibilidade de se ter tudo.

Num instante você me olha apaixonado e depois se vira pra janela ficando um pouco fora do ar. Nessa hora me belisco pra não saber do porquê, sem esquecer do dia você me falou que nem toda pergunta requer uma resposta. Mas então não fica assim, não precisa dizer nada, só não me deixe faltar aqueles abraços silenciosos pra calar a boca de quem me mandou ter calma contigo. Agora que eu me perdi, só preciso de você me dizendo que amanhã ainda vou te achar no mesmo lugar, se eu procurar. Eu te quero, na medida do impossível.

Pega no meu queixo e diz que não sou só eu que sinto medo aqui. Faça alguma coisa ruim, qualquer coisa que me impeça imediatamente de sentir esse amor absurdo por você. Estou nas suas mãos e isso não é uma metáfora. Porque eu já não sei mais nada. Parece que sou mesmo seu foco de vida, mas também pode ser que você ande apenas distraído do resto do mundo. Ou, vai que você tá mesmo certo, as coisas são assim mesmo, o amor invade pela boca enquanto a gente se olha e fica rindo.

(Viciada em Gabito Nunes)

Quase bom partido...

Não na minha frente, mas eu sei que as pessoas se perguntam. Como ele consegue? O cara é uma calamidade pública, usa blusões cujas cores estão fora de catálogo, calças de brim que parecem ter sobrado do Woodstock, acorda ranzinza, vangloria-se daquela barba idiota, não tem um lugar certo pra estar das 9 horas as 18, acha tudo um saco e vive alheio à sociedade de consumo, não se sabe se por filosofia ou porque está sempre duro. Qual futuro ele reserva pra coitada?

Certo, se você me alinhar atrás de uma parede de espelhos ao lado de um George Clooney e algum ex-Polegar e qualquer outro homem que vocês conheçam de longe, talvez eu seja o último a dar um passo a frente no reconhecimento de um bom partido. Eu sei disso e não dou a mínima. Os tempos mudaram, e eu sou o tipo de cara que soube se aproveitar disso, ainda que esteja me equilibrando no trapézio entre dividir a conta e pedir grana emprestado, coisa que até agora não precisei fazer.

Minha garota sabe se virar sozinha, tem emprego fixo, curso superior, tem depilações e penteados em dia, amigos bacanas, sonhos, perspectivas, futuros, tudo com uma pequena ajuda dos pais que ficaram lá longe, no interior - e eu aí, nessa roupa decaída de Arturo Bandini. Mas nenhuma revolução industrial ou poder econômico ocupa o vazio deixado pelo afeto paternal, todo dia. Ela queria um namorado, um abraço residencial logo ali, alguém de raça familiar, em quem possa confiar. Chutou uma lata, por azar ou sorte, me achou. Considerando atenuantes como a promiscuidade contemporânea da metrópole, quantas pessoas no mundo podem dizer que tem alguém?

Ela sonha com um carinha melhor no pedaço, com ações na Bovespa, talvez. Claro que sonha, é moderna mas não deixou de ser mulher, poxa vida. Nem ligo, tenho meus podres, quando a vizinha do 310 brigou com o namorado, torci uma tarde inteira pra ela deixar cair uma calcinha microscópica na minha varanda e juntos fugirmos para um conto do Nelson Rodrigues. Ela sabe que não sou de todo mau, não fumo (não mais), não tenho obsessão por alguma ex-namorada (não mais), não durmo de pijama (não mais), não moro com minha mãe (não mais). Embora eu não saiba exatamente quais são, tenho minhas vantagens.

Esse é o espírito. Ela se aproximou de mim procurando um amor e aqui estou: seu amor. Do jeito que sei ser, meio torto, às vezes sem muitas manifestações de romance e completude, cheio de silêncios, angústias e mau-humores. Fazendo meu papel, e não sendo apenas mais um percorrendo aquele velho ciclo conhecer-tentar-decepcionar-conhecer-tentar-decepcionar. Quando você acorda num domingo e a primeira pessoa com a qual você tem a chance de conversar não está bêbada num pub, às dez da noite, a monogamia não parece de todo um crime.

Como ele consegue? Assim eu consigo. Não sei aplicar na bolsa, não fico ambicionando coisas com a Revista Caras contra o peito, talvez nem tenha um tênis considerado bacana pela moçada. Mas ela sabe, eu também, que sei amá-la, cuidá-la, fazê-la rir, viajar leve. E não tenho certeza que sei fazer outra coisa. Posso não ser um bom partido, da turma dos bacanas, o grande amor da vida de alguém. Mas, cá pra nós, do jeito que as coisas andam, já sou bom o suficiente, apenas por tentar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Se não brilha mais, não insista. Lâmpada queimada não se arruma, se troca por outra.
-Eu não gosto nunca de nada e gostei tanto de você.
-É?
-Droga.
-O quê?
-Eu falando de gostar.
-E daí?
-E daí que vai acontecer tudo de novo.
-O quê?
-Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora.
-Agora eu vou embora.
-E depois?
-Depois não sei.
-Tá.
-Eu ficaria sério, eu ficaria muito, muito, muito.
-Eu sei.
-Mas agora eu vou.

-Eu queria foder o dia inteiro com você.
-Eu queria foder a vida inteira com você.
-Você é exagerada.
-É só como dá pra ser.
-Chupa meu pau?
-Pra sempre. 


e agosto de 2011

De inveja eu não morro, mas mato um bocado.

Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora.
Quero os melhores romances, ou prefiro ficar sozinha. Quero as melhores lembranças, ou prefiro não lembrar. Ou vivo intensamente, ou vou levando essa rotina que não incomoda, não interfere, não fere, mas também não é vida. Vou dispensando tudo o que não julgo suficiente pra me roubar a solidão. Vou excluindo do meu convívio todos que não parecem prontos pra marcar meus dias.

Eu estava rezando para ter mais paciência e compreensão, mas desisti… fiquei com medo de ser atendida.

Desnecessário é sofrer por alguém que você sabia que nunca iria dar certo. (Nunca, nunca...)

Volteiiii....

Chega de desculpar tanto, te tampar o sol com a peneira.
Quando um cara REALMENTE está afim de você, ele vai até no inferno por você.
Não tem família, futebol, amigos, crise existencial, nem celular sem bateria que façam com que ele caso tenha educação e a mínima consideração - não tenha tempo de dizer um simples “oi”.
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Sem paciência nenhuma..
Feliz por isso...
Mentiras e cinismo me cansam demais..Deixa pra quem gosta...
Penso em ficar só, mas minha natureza pede diálogo e afeto.

 


(haha...Eu me curo!!)


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Esnobar é exigir café fervendo e deixar esfriar.

Muitas pessoas pousam, muitos amores possíveis não vingam, muitas paixões não dão certo. Choro, me culpo, me arrependo, permito, desisto, persigo, corro, dou as costas, piso, sinto saudade, me precipito, telefono, me atraso. Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir.
Eu disse que tinha um motivo e não uma explicação. Me deixa. Você jamais estará disposto a ser assustadoramente feliz sem estar disposto a sofrer assustadoramente.
 
 
 

Feliz demais!!

É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

[…] Não conheço strip-tease mais sedutor.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Leve e Feliz!!

O dia mais belo? Hoje. / A coisa mais fácil? Equivocar-se. / O obstáculo maior? O medo. / O erro maior? Abandonar-se. / A raiz de todos os males? O egoísmo. / A distração mais bela? O trabalho. / A pior derrota? O desalento. / Os melhores professores? As crianças. / A primeira necessidade? Comunicar-se. / O que mais faz feliz? Ser útil aos demais. / O mistério maior? A morte. / O pior defeito? O... mau humor. / A coisa mais perigosa? A mentira. / O sentimento pior? O rancor. / O presente mais belo? O perdão. / O mais imprescindível? O lar. / A estrada mais rápida? O caminho correto. / A sensação mais grata? A paz interior. / O resguardo mais eficaz? O sorriso. / O melhor remédio? O otimismo. / A maior satisfação? O dever cumprido. / A força mais potente do mundo? A fé. / As pessoas mais necessárias? Os pais. / A coisa mais bela de todas? O amor."
Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome..