Na verdade o que eu queria era muito menos do "aquele" poderia imaginar.
Queria poder achar sossego, fugir da bagunça da cidade e poder ter tranqüilidade por algumas horas.
Um cafuné no fim do dia, depois de um longo e prolongado dia de chatos, gritos e àquela louca vontade de jogar tudo pro alto..Mas não fazia, porque no fim do dia pensava: - Hoje eu vou ter duas prolongadas horas de sossego e esqueço esse dia.
Queria só não ter a necessidade e a obrigação de ser sociável. Queria poder ser mulher de casa, descalça, feliz..Só com aquele belo cafuné no fim do dia.
Era só isso o que eu queria. Mas ele queria muito mais, eu queria muito menos.
Ele queria viver aquela vida que não era a minha, que não se encaixava na minha, talvez nem na dele..
Ele queria ter todos, todas, sempre, em todos os lugares, sem se importar, como se o tempo não existisse.
Eu queria um. Um lugar, uma pessoa, uma companhia, eu sabia que o tempo importava, e sabia muito bem o que queria dele. Queria sossego. Queria aquele porto que ele não podia me oferecer naquele momento. Estava muito distante de tudo o que eu queria.
Queria poder sim com confiança, acreditar sem medo, lembrar com saudade, amar com vontade e viver com segurança. E ter só isso pra sempre, pelo menos agora, pensando no "pra sempre".
Enquanto isso, eu continuo a fingir que acredito, a fingir que por enquanto ta bom assim. A fingir que posso me encaixar naquele mundo de mentiras e perdas de tempo.